A epidemia de cólera desembarcou em Rio Grande em outubro de 1855 e matou cerca de 650 pessoas de uma população de cerca de doze mil. A letalidade foi pelo menos quatro vezes maior do que a Gripe Espanhola de 1918 em Rio Grande. Porém, já no início de fevereiro de 1856 o lazareto (hospital de emergência) foi fechado por falta de doentes. O cólera chegou abruptamente e basicamente sumiu entre 90 e 120 dias após o início da contaminação. Teve uma ação aguda e passou.
Infelizmente, o coronavírus tem uma ação crônica, que se estende por longo período e pretende ficar convivendo nas sociedades. Para a psique individual e coletiva o efeito é de uma ruptura do cotidiano ainda mais desafiadora devido a duração pandêmica. Colocar os cacos do cotidiano no lugar e afugentar o medo é uma operação muito complexa.
Jornal Rio Grande, 6 de fevereiro de 1954. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
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