TOPPI, Sérgio (roteiro e arte). Tanka. Porto Alegre: Figura, 29,7 x 21,5cm, capa dura, p&b, p. 76, 2019.
Resenha da Editora Figura:
“Tanka é uma forma clássica de poesia japonesa em cinco versos. A princesa Shikibo – que viveu, parece, no século X de nossa era – foi uma famosa autora de tanka. Apenas uma de suas composições chegou até nós.”
A partir de tão misteriosa inspiração, Sergio Toppi, gênio italiano das HQs, cria quatro relatos ambientados no mítico Japão antigo. Toppi empunha suas penas e pincéis com a disciplina e maestria de um samurai, em que cada traço representa um gesto preciso. O resultado são páginas de tirar o fôlego.
Em Tanka, um ronin apaixonado, uma princesa amargurada, um soberano implacável ou um legendário guerreiro desaparecido encarnam a tônica que fundamenta a obra do autor: o ser humano diante dos conflitos que revelam o pior e o melhor de sua natureza".
Pedro Maduro, autor do prefácio, enfatiza que a pena de Sergio Toppi em Tanka "percorre as nuances entre arte e narração com habilidade, criando vida e golpes mortais em completo equilíbrio, expondo caracteres, crenças, filosofia e diferenças sociais do Japão feudal. E nos faz acompanhar a narrativa como se lêssemos um poema".
Já lecionei História do Japão e o período histórico dos samurais é dos que mais me atraia para leituras de livros e HQs. O equilíbrio da sociedade japonesa passava pela brutalidade e pela ética samurai, num equilíbrio difícil de ser alcançado. E Tanka traz uma série de discussões sobre o Japão tradicional e o códigos de convívio e de ética guerreira ou profissional.
A apresentação gráfica valorizou o traço realista de Sergio Toppi. O melhor é que a publicação só ocorreu enquanto fruto de uma campanha de financiamento coletivo realizado no site catarse.me em 2019. Estou colaborando com uma campanha para publicação da HQ Ernie Pike de Héctor Oesterheld e Hugo Pratt. Um trabalho voltado a discutir "a epistemologia das guerras".
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