Hermann Wendroth, Porto Velho do Rio Grande em 1852. Acervo: Autor. |
Esta vista do Porto do Rio Grande apresenta um ângulo de visão diferenciado. É como se da janela do segundo piso de uma das casas comerciais da Rua da Boa Vista se observa o cais e o trabalho de carregamento de mercadorias.
Negros estão fazendo o trabalho de estivadores e um homem está vigiando os movimentos com as mãos para trás. Embarcações estão ancoradas e um vapor está passando em frente ao cais. No horizonte está a cidade de São José do Norte.
A imagem evidencia uma atividade comercial frenética e apenas um navio está com a bandeira hasteada: da Dinamarca. Os volumes a serem carregados possuem uma numeração (9,12,50,51...). A movimentação portuária exige um acompanhamento contínuo para garantir o envio e recebimento correto dos produtos evitando prejuízos financeiros ou ações judiciais das partes prejudicadas.
Um homem negro bem vestido com casaco e gorro vermelho conversa com um homem de cartola. É um negro livre que deve ocupar um cargo de fiscalização do trabalho dos escravos ou até ser um proprietário/fornecedor de mão-de-obra escrava.
O que se constata e Wendroth insiste com pertinência em ressaltar várias vezes em seus desenhos, é que o trabalho negro é essencial para movimentar os mais diferentes setores produtivos da sociedade Rio-grandense oitocentista.
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