Porto do Rio Grande em 1908

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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O LOBO MARINHO

Fotografias do Autor (2008). 

 Este garotão estava na beira da praia do Cassino no mês de  abril de 2008. O local era em direção ao navio Altair.

Ele ficou um longo tempo na praia como se quisesse recuperar o fôlego e parecia exausto. 

Aos poucos me aproximei na maior discrição e silêncio possível e ele espiou e me ignorou. Fiz estas fotografias e tentei me solidarizar com o lobo marinho que não parecia estar bem. Lembrei da balada de Toy Story "amigo estou aqui". Me lentamente afastei e liguei para o órgão responsável, mas, não consegui contato. Gostaria que avaliassem se precisava de cuidados e tratamento. 



Sabia que os minutos estavam contados até ocorrer um incidente com algum passante. E foi para já: escutei uns urros de "olha ali na praia..." e -chegou atropelando-, uma poderosa camionete cabine dupla com placa de uma cidade distante e quatro tripulantes saltaram com máquinas fotográficas/celulares em punho. 

Fizeram um verdadeiro arrastão tentando barrar o acesso do lobo marinho para a água. Este, assustado, investia em direção ao oceano e voltava com medo dos bípedes que davam berros tentando afugentá-lo para terra. Se pudessem, o jogavam no porta-mala e levavam como troféu da visita ao Cassino. 

Felizmente, o lobo marinho desviou e investiu numa corrida firme e não desistiu de buscar as águas para escapar da malta de ignorantes. 

Em Rio Grande temos o Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM/FURG) anexo ao Museu Oceanográfico. Prestam um tratamento competente que merece todo elogio e apoio. 

O que ainda não tem tratamento é a boçalidade, este vírus que está entranhado em alguns integrantes da espécie humana.  

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