Crônicas Marcianas, Globo, 2012. |
Ray Bradbury (1920-2012) é um dos criadores da literatura distópica. O livro As Crônicas Marcianas foi publicado em 1950, a partir de contos escritos a partir de 1946, evidenciando a crise civilizatória e a crença na humanidade que se seguiu a II Guerra Mundial.
Especialmente, além da destruição e do morticínio, esta Guerra deixou um legado que marcou a literatura e o cinema nos anos seguintes a 1945: o início da Era Atômica e o medo da destruição em massa. A existência de um artefato capaz de destruir cidades influenciou muito os escritos de ficção que se voltaram à cenários de descrença terrestre e busca de outros caminhos civilizatórios em outros planetas.
Historicamente, além da Lua, Marte foi um dos mais atraentes astros a receberem leituras ficcionais de invasores ou de colonização, recuando ao século XIX estas leituras.
As Crônicas Marcianas trazem elementos de descrença na civilização, de não aceitação da morte e da desconstrução afetiva dos laços com os familiares, de ganância e poder moldando a civilidade extra-terrestre e reflexões sobre os erros cometidos na Terra e repetidos em outro planeta.
Especialmente, persegue a ideia de começar tudo de novo a 80 milhões de quilômetros de distância da Terra deixando o passado para trás. Será possível esta fuga ou fantasmas terrestres/marcianos continuarão a ganhar vida?
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