Boa
música não tem apenas um estilo. Pode ser clássica ou popular. Pode ser chamamé
ou rock. Pode ter letra ou pode ter ritmo. Pode ter tudo (ritmo, letra e voz) e não significar nada a quem escuta.
A
música não existe fora do receptor e de sua vivência num certo momento do tempo
social e psicológico.
Esta
música que além de letra, ritmo e interpretação, precisa sensibilizar o cérebro
para que os acordes e timbres se tornem musicalidade. Para que os tons fiquem registrados na memória e provoque um leve arrepio quando relembradas, mesmo que depois de décadas...
Convido
os leitores, a escutarem a música Romance
na Tafona na voz de Luiz Carlos Borges. É a segunda faixa da 10ª Califórnia
da Canção Nativa.
Recomendaria
várias outras músicas desta edição da Califórnia que tem um sentido especial
para aqueles que, como eu, moravam em Santa Maria da Boca do Monte naquele ano
de 1980. Na cidade se escutava Led Zeppelin ou Bob Dilan, e na sequência uma música
nativista (como é o caso da faixa sete Semeadura
de Vitor Ramil). Para a maioria dos jovens não havia estas fronteiras estanques
da sonoridade.
Depois
de 40 anos passados, ficando muito tempo sem escutar as músicas, sempre me chama a
atenção à dimensão poética com que as letras são cuidadosamente construídas. Letras nativistas, líricas e políticas.
Uma noite de amor entre o negro Pacácio e a negra Maria com tamanha intensidade e sensibilidade (entre rude e delicado) se transformou numa pedra preciosa musical: Romance na Tafona
pode ser conhecido ou recordado no endereço https://youtu.be/Rsgzy0ZN9z4
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