Prisão em Rio Grande (1851). Aquarela de Hermann Wendroth. Acervo do Autor. |
O soldado alemão Cristóvão Lenz deixou um diário de acontecimentos relacionados a sua participação na Legião Alemã que foi contratada como mercenários pelo governo Imperial brasileiro para lutarem contra o caudilho Rosas na Argentina.
Lenz e outros soldados foram presos por participar de arruaças e bebedeiras. Cerca de 150 estavam em prisões ou locais adaptados para esta função na cidade do Rio Grande no ano de 1851. O episódio é hilário pois o grupo preferiu ficar preso e aproveitar o vinho que estava estocado na peça geminada a prisão improvisada. Deveria ser uma carga de vinho que tinha outro destinatário que recebeu um barril vazio:
“Essa gente estava confinada em um chalé não propriamente
prisão, mas não podiam se afastar dali. A parede traseira da construção, sem
que os confinados soubessem, dava para uma adega de vinho. Um belo dia alguns
deles, sedentos de liberdade, soltaram uma tábua dessa parede. Com espanto
notaram que havia uma grande quantidade de vinho armazenado em pipas. Deixaram
de desertar. Recolocaram a tábua e se mancomunaram com alguns camaradas.
Furaram uma pipa e os passíveis de punição aumentaram a cada dia, nas duas
baterias. Estranhamente, também os guardas eram encontrados em alegre
confinamento, e as visitas dos rapazes da 3.ª e 4.ª baterias tornaram-se mais
freqüentes.” FLORES, Hilda Agnes Hübner. Memórias de Brummer.
Porto Alegre: EST/Nova dimensão, 1997, p. 30.
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