Rio Grande e Ilha dos Marinheiros no Plano do Porto do R.G. de S. Pedro (1786). |
A Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro publicou no ano de 1888 os apontamentos do italiano Henrique Schutel Ambauer (1840-1899) com o título " A Província do Rio Grande do Sul: descrição e viagens".
Está sendo reproduzido um trecho referente a Ilha dos Marinheiros. Os manuscritos originais de Ambauer são datados de 1873.
“Ao
norte da península do Rio Grande encontra-se um arquipélago de ilhas baixas e
arenosas. A formação dessas ilhas é de aluvião moderna, tendo sido em sua origem
bancos de areia cujo nível o remanso das águas, os sedimentos e os ventos
vieram a pouco e pouco elevando.
A maior
e mais importante do grupo é a Ilha dos Marinheiros a duas milhas de distância
da cidade do Rio Grande, seguindo-se o pequeno canal aberto entre os baixios,
que a circulam. Essa ilha tem duas léguas de largura e cinco de circunferência,
segundo me disseram. A parte meridional é bordada de matos de uma vegetação bem
desenvolvida. Grande número de chácaras regularmente plantadas abastece
abundantemente o mercado do Rio Grande de verduras e frutas de boa qualidade,
tentando-se já a alguns anos de fabricar vinhos, os quais vendem-se facilmente.
Algumas outras chácaras circulam a ilha em circunferência; a dificuldade de
transporte as torna menos importantes.
Ao
sul da Ilha dos Marinheiros veem-se as Ilhas dos Cavalos e das Pombas.
A
primeira ainda pode chamar-se banco, ficando a seco com as vazantes e onde
apenas cresce uma gramínea de folhas ásperas, que lhe chamam mangal, utilizada
para estivar navios e para cobrir galpões.
A
oeste da Ilha dos Marinheiros encontra-se a Ilha do Leonídio, separada por um
pequeno braço de mar da costa firme. Esta ilha, de propriedade do indivíduo que
lhe dá o nome, é um pouco mais alta que estas últimas e, segundo dizem, é uma
agradável vivenda devido ao cuidado do proprietário.
Segue-se
ao norte a Ilha da Torotama e alguns bancos à flor d’água.”
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