Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

terça-feira, 23 de junho de 2020

AMBAUER E A ILHA DOS MARINHEIROS

Rio Grande e Ilha dos Marinheiros no Plano do Porto do R.G. de S. Pedro (1786). 


       A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro publicou no ano de 1888 os apontamentos do italiano Henrique Schutel Ambauer (1840-1899) com o título "A Província do Rio Grande do Sul: descrição e viagens".

        Está sendo reproduzido um trecho referente a Ilha dos Marinheiros. Os manuscritos originais de Ambauer são datados de 1873. 

“Ao norte da península do Rio Grande encontra-se um arquipélago de ilhas baixas e arenosas. A formação dessas ilhas é de aluvião moderna, tendo sido em sua origem bancos de areia cujo nível o remanso das águas, os sedimentos e os ventos vieram a pouco e pouco elevando.

A maior e mais importante do grupo é a Ilha dos Marinheiros a duas milhas de distância da cidade do Rio Grande, seguindo-se o pequeno canal aberto entre os baixios, que a circulam. Essa ilha tem duas léguas de largura e cinco de circunferência, segundo me disseram. A parte meridional é bordada de matos de uma vegetação bem desenvolvida. Grande número de chácaras regularmente plantadas abastece abundantemente o mercado do Rio Grande de verduras e frutas de boa qualidade, tentando-se já a alguns anos de fabricar vinhos, os quais vendem-se facilmente. Algumas outras chácaras circulam a ilha em circunferência; a dificuldade de transporte as torna menos importantes.

Ao sul da Ilha dos Marinheiros veem-se as Ilhas dos Cavalos e das Pombas.

A primeira ainda pode chamar-se banco, ficando a seco com as vazantes e onde apenas cresce uma gramínea de folhas ásperas, que lhe chamam mangal, utilizada para estivar navios e para cobrir galpões.

A oeste da Ilha dos Marinheiros encontra-se a Ilha do Leonídio, separada por um pequeno braço de mar da costa firme. Esta ilha, de propriedade do indivíduo que lhe dá o nome, é um pouco mais alta que estas últimas e, segundo dizem, é uma agradável vivenda devido ao cuidado do proprietário.

Segue-se ao norte a Ilha da Torotama e alguns bancos à flor d’água.” 

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