Localidade da Barra com a Atalaia em primeiro plano e o Farol da Barra à esquerda. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Uma das melhores descrições da praticagem da barra do Rio Grande e da Atalaia foi feita por Henrique Schutel Ambauer em "A
Província do Rio Grande do Sul: descrição e viagens" (Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. 1888 Tomo LI). Estes apontamentos estão datados de 1873.
Ambauer faz referência a profundidade do canal de acesso, os perigos da barra do Rio Grande, a atuação da praticagem, a Atalaia e o Farol, a construção de um porto na localidade da Barra etc.
“É de desejar que para o
futuro se encontre meio de aumentar a profundidade do canal, assim que a
província do Rio Grande possa conseguir a afluência de uma navegação mais
desenvolvida, enriquecendo-se na grande permuta internacional.
Acha-se, entretanto,
estacionado na parte setentrional da barra um serviço de praticagem, que honra
sumamente a perícia e boa ordem com que é organizado e executado. Não só o
estabelecimento possui um farol de ferro de 110 pés de altura, com luz
giratória, uma Atalaia de 64 pés para sinais a Mariath, como diversas
embarcações, salva-vidas e serviço de práticos e dos guardas do banco,
estacionando igualmente diversos vapores do governo e de particulares para os
reboques.
Pode-se hoje quase garantir,
que o navio que for avistado pela guarda da Atalaia só poderá naufragar, se de
propósito investir à barra, ou tenha iludido o número de pés de seu calado.
Recentemente dois navios
franceses, investiram na praia, sendo o segundo salvo sem avarias, devido aos
esforços e perícia dos encarregados da barra.
Transpondo o banco situado a
duas milhas da foz do Rio Grande, sobre o qual se acha constantemente uma
catraia balizando para a direção dos navios, que demandam a entrada, o canal,
que forma o desaguamento do rio, é limitado pelos dois lados por bancos mais
baixos. O banco do sul forma em sua costa meridional, acompanhando o litoral,
um saco, o qual dizem ser bom abrigo para os navios, que vêm corridos à praia.
Existe mesmo uma petição
requerendo a concessão para construir nesse ponto um porto de abrigo. Creio, que se for realizável, será de mais
vantagens que um porto artificial nas Fozes, onde as arribadas nem sempre
poderão ser felizes".
Nenhum comentário:
Postar um comentário