Um leilão judicial ocorrido em Rio Grande em julho de 1863, nos possibilita refletir sobre o valor financeiro praticado em um leilão.
Segundo a avaliação judicial, um cavalo custa 8$000 (oito mil réis) e uma égua 1$280 (um mil duzentos e oitenta réis - o cavalo valia quase 7 vezes mais); a ovelha custava 1$000 (oito vezes menos que um cavalo); já uma rês valia 5$000 (cinco vezes mais que uma ovelha).
Nesta comparação constatamos que o animal com maior valor comercial era o cavalo, seguido da rês, égua e ovelha.
Para fazermos uma comparação, mesmo que aproximada, num período de "acentuada valorização no preço dos escravos" em Vassouras (Rio de Janeiro) um escravo era vendido, em 1862, por 1:000$000 (um conto de réis ou um milhão de réis) o mesmo preço de um quilo de ouro (em 1860). Não podemos comparar com a cotação do ouro no dia 14 de maio de 2020 (1g - R$330,00 e um quilo de ouro corresponde a R$330.000,00). Isto evidencia a dificuldade em fazer comparações, pois, seguindo esta lógica com o valor da venda de um escravo no Rio de Janeiro era possível comprar 125 cavalos ou 1.000 ovelhas no Rio Grande do Sul.
A inflação, valorização ou desvalorização da produção primária exportada para o exterior, a maior ou menor oferta de escravos, o volume de oferta e a cotação internacional do ouro, as diferenças econômicas provinciais, inúmeras variáveis fazem com que os valores se modifiquem muito ao longo do tempo. É muito difícil traduzir para valores monetários no presente.
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