Casal de imigrantes Confederados em São Paulo. |
Após a Guerra Civil Americana (1861-65) cerca de 3 mil
norte-americanos (algumas fontes se referem a 10 mil), a maioria confederados,
vieram para o Brasil. No período de 1865-68 eles buscavam fugir dos Estados
Unidos por motivos políticos, decadência econômica do Sul ou por perseguições
movidas por nortistas contra os sulistas. Pelo menos algumas centenas de imigrantes (o número
total é desconhecido) vieram para povoar a Província do Rio Grande do Sul.
Porém, a maioria não se fixou, pois, estava apenas de passagem: seu desejo era
chegar ao Uruguai e Argentina.
Os trechos a seguir foram retirados de Carlos
Eduardo Piassini (A Participação Política
de Imigrantes Germânicos no Rio Grande do Sul, 1851-1881. Dissertação de
Mestrado em História/UFSM, 2016).
“Consta no Relatório de Karl von Koseritz (1867) que nos
primeiros seis meses de 1867 haviam chegado em Porto Alegre 157 imigrantes
procedentes dos Estados Unidos, dos quais 6 seguiram para Santo Ângelo e 83
para Nova Petrópolis, muitos deles tendo ficado pelo caminho, sendo que o
restante permaneceu em Porto Alegre ou voltou para Rio Grande, de onde a
maioria 158 rumou para o Uruguai. Outros cem norte-americanos haviam
desembarcado em Rio Grande e dali embarcado para Montevidéu, considerando o Rio
Grande do Sul apenas como escala. Ainda vieram muitos outros norte-americanos
depois de 15 de julho de 1867, data do relatório de Koseritz, como mostram os
ofícios e requerimentos por ele encaminhados à Presidência da Província. Ele
não via com bons olhos este grupo de imigrantes, e mais de uma vez afirmou essa
posição. As críticas de Koseritz recaiam sobre o grupo por ele identificado
como “norte-americanos do Norte”. P. 158
“Outro caso ilustrativo da passagem dos
colonos norte-americanos pelo Rio Grande do Sul a pretexto de ir para o
Uruguai, foi a chegada de um grande grupo no vapor Santa Cruz, em abril
de 1867. Consta que após o desembarque, 19 deles declararam querer fixar
domicilio em Rio Grande, entretanto, apenas 3 permaneceram naquela cidade,
enquanto os outros 16 seguiram por terra para o Estado Oriental. Outros 8
imigrantes decidiram ir para Porto Alegre, mas demoraram a viajar por estarem
adoentados. Quando, enfim, foram para a Capital, no vapor Proteção, os
integrantes da família Boyle lá não permaneceram, voltando para Rio Grande no
dia seguinte a sua chegada, criticando a casa de recepção de Porto Alegre, onde
diziam “tudo era ruim”. Para Koseritz, na verdade, eles queriam mesmo era ir
para o Estado Oriental, e encontraram apoio no Cônsul norte-americano, que
mandou os acomodar em um hotel. O Agente Intérprete de Rio Grande acreditava
que o Cônsul tomara tal atitude na certeza de que o governo iria pagar as
despesas do hotel. Ainda, o mesmo agente dizia que os Boyle haviam seguido para
Montevidéu, como já haviam feito mais de 70 pessoas solteiras”. P. 161
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