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Soldados de Fort Riley, Kansas numa enfermaria para doentes da gripe de 1918 em Camp Funston. Acervo: National Museum of Health and Medicine. |
Em 1918, o estado sanitário na Europa era precário. Doenças como o tifo, tuberculose, cólera e disenteria tinham cunho epidêmico. Desde 1914, a Primeira Guerra Mundial provocava devastação e alta mortalidade. A primeira onda epidêmica de gripe espalhou-se pela Europa, América do Norte, Nova Zelândia, Índia e África do Sul, não sendo considerada grave e decaindo no final de julho. A segunda onda epidêmica iniciou em fins de agosto culminando em setembro de 1918. Somente não alcançou algumas ilhas do Pacífico Sul e Nova Guiné. A virulência foi imensa e a mortalidade excepcional, inclusive na faixa dos 15 aos 45 anos.
Em cerca de seis meses a epidemia matou mais que quatro anos de guerra. Estima-se pelo menos 20 milhões de mortos (1,5% da população do planeta e 600 milhões de infectados). A denominação de Gripe Espanhola foi divulgada na Inglaterra quando da primeira onda epidêmica em abril de 1918. Na Espanha causou grande mortalidade, porém, não há indícios que aí teve origem. A denominação “gripe espanhola” partia deste pressuposto equivocado de que a moléstia havia se originado na Espanha e/ou lá fizera o maior número de vítimas. Outra explicação dizia que a Espanha, país neutro durante a Primeira Guerra Mundial, não censurava as notícias sobre a existência da gripe epidêmica, daí a dedução de que a moléstia matava mais naquele país.
Um surto da gripe atingiu Dacar na África contaminando soldados brasileiros e matando mais de uma centena. Mesmo longe de casa os brasileiros começavam a morrer com a epidemia antes do final de agosto de 1918.
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