Porto do Rio Grande em 1908

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segunda-feira, 20 de abril de 2020

a.P. - PERÍODO INTERMEDIÁRIO - d.P.

   
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Os livros de História e todos aqueles campos intelectuais que estudam o processo humano no Planeta, terão em 2020 um ano que poderá ser o definidor de uma década perdida. Os indicadores econômicos, em alguns países, poderão levar 2 ou 3 anos para retornarem aos patamares do início de 2020, porém, a maioria dos países, com economias mais fragilizadas, poderão patinar por uma década buscando sua reestruturação.  

Uma divisão cronológica obrigatória na História passará a ser 2020! O planeta agora é constituído de dois marcos referenciais: antes da Pandemia (a.P.) e depois da Pandemia (d.P.). Vivemos o Período Intermediário entre o a.P. e o d.P. 

Dos acontecimentos deste Período Intermediário dependerá o futuro, ou seja, das dimensões desta hecatombe e do respectivo impacto financeiro - nos Estados e nas atividades produtivas-, se projetará os desafios de retomada do crescimento. Consumo baixo, produção baixa, desemprego alto, Estados sem capacidade de investimentos sociais e econômicos: ingredientes recessivos que instigam a violência, generalizam a pobreza e trazem instabilidade política. 

Os prejuízos mundiais já estão na casa dos 9 trilhões de dólares, mas, "quase tudo depende da fúria deste vírus": sua capacidade de congelamento e até de destruição das estruturas econômicas poderá se esticar por um período "maior ou menor". Num período menor, a famosa "luz no fim do túnel" poderia significar a retomada lenta das atividades, e seria o início de um período de muito sacrifício, de um pós-guerra...  Mas num período maior, tudo fica ainda mais difícil...

Um inimigo visível não pararia a economia: causaria perdas e mortes, porém, seria uma ameaça visível. Mas o mundo parou porque o inimigo é invisível e pode estar em nenhuma parte e em todas as partes: onde ele se esconde e em que momento lançará o seu ataque? 

O temor do invisível que transforma corpos em cadáveres fez o planeta parar! 

A capacidade de replicação do vírus e a facilidade encontrada nas pessoas para sua difusão corresponde ao seu poder de destruição. Atrapalhar a sua reprodução se chama isolamento e suas consequências nefandas na economia. 

O momento em que este texto está sendo escrito não é nada tranquilizador, pois, a pandemia continua em expansão com mais de 2,3 milhões de confirmações de contaminação no Planeta. O vírus já demonstrou ter fôlego e velocidade de dispersão considerável apesar da maioria dos locais ainda estarão num estágio pré-crítico. Para freá-la temos as táticas de isolamento horizontal, mas, sabemos que o isolamento não vai perdurar indefinidamente. Duas palavras mágicas podem atingir este vírus: antivirais (ou medicamentos eficientes) e vacina. Isto é fundamental para não haver os retornos sazonais ou o ataque a grupos ainda não contagiados. Mas isto ainda se chama "esperança" e não "concretude"!

Um aspecto muito importante a ser destacado é a pesquisa científica que está buscando desenvolver as ferramentas de controle da pandemia. São milhares de pesquisadores em vários países no que está se constituindo no maior esforço científico internacional para desenvolver medicamentos e vacinas contra um patógeno. 

Qual a duração deste Período Intermediário? Poucos meses ou até o final deste ano? Que memórias guardaremos deste e como vamos reinventar a vida? Sobrevivência, persistência e resiliência...

Espero que nos anos seguintes possamos pensar com um pouco de distanciamento neste dificílimo ano de 2020.       

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