Porto do Rio Grande em 1908

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quarta-feira, 29 de abril de 2020

A LUZ DE ÓLEO DE PEIXE

Bisturi, 23 de março de 1890. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

         A charge de Thadio Alves de Amorim está voltada a uma decisão da Câmara de Vereadores de, para economizar, retirou os lampiões à gás que iluminavam internamente o Mercado Público e iriam trocá-los por lampiões de azeite de peixe (luz escura e com cheiro desagradável). O jornal arremata, "há quem diga que estamos no século das luzes enquanto a Câmara trata de nos deixar no escuro". 
Iluminação de azeite de peixe (José dos Reis Carvalho, 1851). Acervo:  Fundação Biblioteca Nacional. 
        A iluminação artificial era feita pela queima de óleo vegetal ou animal (peixes ou baleias). Incorretamente, era chamado de "azeite de peixe ou de baleia" - azeite é o produto extraído das azeitonas e o restante é "óleo". 
Na década de 1870 a iluminação a gás foi implantada em algumas ruas da cidade e deve ter sido colocada no Mercado Público. A sua retirada era vista como um retrocesso pois a qualidade da luz era muito inferior. 

        Machado de Assis no livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas" escreveu uma breve passagem sobre esta iluminação: "Eu deixei-me estar com os olhos no lampião da esquina, - um antigo lampião de azeite - triste, obscuro e recurvado, como um ponto de interrogação".

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