Entre as "incríveis e extraordinárias" profissões que ao longo do século XX foram entrando em quase extinção está a de encadernador.
No ano de 1914, havia em Rio Grande quatro oficinas de encadernação, inclusive, a R. Strauch, que se destacou na edição de cartões-postais.
Encadernação era um bom negócio numa cidade com forte comércio em que as empresas queriam preservar sua documentação protegendo com encadernações resistentes seus balanços e registros financeiros.
Encadernador está se tornando uma arte em extinção ou quase.
Os formatos digital são a devastação final mas não precisa tanto. No meio acadêmico poderíamos ter um bom mercado, mas a simplificação das encadernações espirais ou com colagens à quente dos TCCs, dissertações e teses, baratearam o custo final mas tiraram o glamour: com o manuseio persistente, não se espere longevidade no material.
Ainda é possível preservar esta técnica/arte de forma amadora. Há alguns anos comprei o equipamento para encadernação de uma empresa que trabalha com a venda de capas duras e todos os itens necessários para cartonagem. Fiz alguns testes domiciliares e deu certo. Cópias de documentos que estavam soltos foram costurados e receberam uma capa dura que trará décadas de segurança para sua sobrevivência. Coleção de fascículos foi furada, costurada, colada e acondicionada em capa. O sonho da gráfica caseira quase se realizou: produzi um livro, diagramei, imprimi em casa e encadernei e fiquei com um raríssimo exemplar único para usar nas aulas. Exige paciência, concentração e tempo. Este último faltou e tudo parou...
Quem sabe, em meio a esta quarentena (que talvez supere os 40 dias), a atividade de cartonagem não retorna para mais alguns testes?
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