Porto do Rio Grande em 1908

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

GRAPHIC NOVEL – SOLITÁRIO


 
Solitário. Editora Pipoca & Nanquim. 



        O quadrinista Christophe Chabouté publicou em 2008, na França, este graphic novel que recentemente foi publicado no Brasil com título de Solitário (Pipoca & Nanquim, capa dura, 380 páginas, dimensões 23,8 x 16,4  2019).  
          Uma síntese da obra é feita a seguir:
      “Em um pequeno farol numa ilhota afastada do resto do mundo, um eremita experimenta uma vida rodeada de solidão. Morador do lugar desde que nasceu, há 50 anos, a rocha é seu navio de granito; uma embarcação imóvel e segura que não o leva a lugar algum e que jamais chegará a nenhum porto… Afinal, por que sair dali, se o mundo além desse horizonte é tão assustador? Para onde fugir quando não há lugar para ir? Como combater o isolamento e evitar que o silêncio perpétuo se torne ensurdecedor? Anos passados em sua rocha, recebendo comida do mar e tendo a imaginação como única companheira…
        Até agora.
     Quando um marinheiro novato começa a trabalhar no barco que toda semana leva provisões para o Solitário, ele passa a fazer perguntas que toda a população dos arredores evitou ao longo de uma vida: quem é esse homem? Por que ele se esconde? Por que nunca saiu do farol? Como é viver com tanta… solidão? Uma simples e pequena atitude será o bastante para dar início a uma sucessão de eventos que golpearão irrevogavelmente a existência serena do ermitão.
    Repleto de belíssimas ilustrações em preto e branco de tirar o fôlego, Solitário é uma obra-prima de Chabouté — uma história inesquecível que retrata de forma impecável como alguém pode ter sua vida tolhida a ponto de se tornar uma sombra, e como uma sombra pode reclamar sua identidade e se tornar alguém.
        Esta é mais uma graphic novel do mestre ilustrador e contador de histórias (Moby Dick, Um Pedaço de Madeira e Aço) que chega ao Brasil em formato de luxo, em um volume único de 380 páginas e capa dura com acabamento soft touch e lombada redonda” (https://pipocaenanquim.com.br/produto/solitario/).
        
         Para quem quer iniciar as leituras de Chabouté sugiro Um Pedaço de Madeira e Aço ou Moby Dick. Para os leitores que já conhecem estas obras é indispensável conhecer esta outra proposta criativa do quadrinista e roteirista francês. 
       Sem o objetivo de fazer uma crítica pertinente a partir de uma análise detalhada, repasso apenas as impressões preliminares e subjetivas que ficaram ao final da leitura que realizei hoje (considero esta primeira leitura muito importante, mas, não decisiva na recepção de uma obra): senti uma fragilidade na construção visual da empatia entre os dois personagens principais; ilustrações que por vezes são demasiadamente despojadas e sem acabamento estético (comentário totalmente subjetivo) e uma sequência gráfica muito longa que poderia ter sido condensada num número menor de páginas. Heresias de minha parte podem ter sido proferidas, mas, espero que as fogueiras da inquisição não se abata sobre um leitor que subjetivamente constrói suas percepções críticas a partir de concepções de estética que dormitam em seu inconsciente.

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