O quadrinista Christophe Chabouté publicou em
2008, na França, este graphic novel
que recentemente foi publicado no Brasil com título de Solitário (Pipoca & Nanquim, capa dura, 380
páginas, dimensões 23,8 x 16,4 2019).
Uma síntese da obra é feita a seguir:
“Em um pequeno farol numa ilhota afastada do
resto do mundo, um eremita experimenta uma vida rodeada de solidão. Morador do
lugar desde que nasceu, há 50 anos, a rocha é seu navio de granito; uma
embarcação imóvel e segura que não o leva a lugar algum e que jamais chegará a
nenhum porto… Afinal, por que sair dali, se o mundo além desse horizonte é tão
assustador? Para onde fugir quando não há lugar para ir? Como combater o
isolamento e evitar que o silêncio perpétuo se torne ensurdecedor? Anos
passados em sua rocha, recebendo comida do mar e tendo a imaginação como única
companheira…
Até agora.
Quando um marinheiro novato começa a
trabalhar no barco que toda semana leva provisões para o Solitário, ele passa a
fazer perguntas que toda a população dos arredores evitou ao longo de uma vida:
quem é esse homem? Por que ele se esconde? Por que nunca saiu do farol? Como é
viver com tanta… solidão? Uma simples e pequena atitude será o bastante para
dar início a uma sucessão de eventos que golpearão irrevogavelmente a existência
serena do ermitão.
Repleto de belíssimas ilustrações em preto e
branco de tirar o fôlego, Solitário é uma obra-prima de
Chabouté — uma história inesquecível que retrata de forma impecável como alguém
pode ter sua vida tolhida a ponto de se tornar uma sombra, e como uma sombra
pode reclamar sua identidade e se tornar alguém.
Esta é mais uma graphic novel do
mestre ilustrador e contador de histórias (Moby Dick, Um Pedaço de Madeira e
Aço) que chega ao Brasil em formato de luxo, em um volume único de 380
páginas e capa dura com acabamento soft touch e lombada
redonda” (https://pipocaenanquim.com.br/produto/solitario/).
Para quem quer iniciar as leituras de
Chabouté sugiro Um Pedaço de Madeira e
Aço ou Moby Dick. Para os leitores
que já conhecem estas obras é indispensável conhecer esta outra proposta
criativa do quadrinista e roteirista francês.
Sem o objetivo de fazer uma crítica
pertinente a partir de uma análise detalhada, repasso apenas as impressões
preliminares e subjetivas que ficaram ao final da leitura que realizei hoje
(considero esta primeira leitura muito importante, mas, não decisiva na
recepção de uma obra): senti uma fragilidade na construção visual da empatia
entre os dois personagens principais; ilustrações que por vezes são demasiadamente
despojadas e sem acabamento estético (comentário totalmente subjetivo) e uma
sequência gráfica muito longa que poderia ter sido condensada num número menor
de páginas. Heresias de minha parte podem ter sido proferidas, mas, espero que
as fogueiras da inquisição não se abata sobre um leitor que subjetivamente
constrói suas percepções críticas a partir de concepções de estética que
dormitam em seu inconsciente.
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