Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

COMÉRCIO NOS PRIMÓRDIOS DO SÉCULO XIX

Jean Debret. Atividade em charqueada na década de 1920. Museu Castro Maia. 

A constituição de um grupo mercantil no Rio Grande do Sul esteve relacionada aos interesses de negociantes do Rio de Janeiro neste comércio e nas transações com a Colônia do Sacramento. Segundo Helen Osório[1], as vinculações econômicas e sociais dos negociantes da praça do Rio de Janeiro com o espaço do Rio Grande de São Pedro remontam a 1737. As exportações de charque, couro e trigo, através do Porto da Vila do Rio Grande tornaram-se relevantes em nível de abastecimento interno da América Portuguesa a partir da década de 1780. Excetuando-se os couros, cujo mercado central era a Europa, os produtos oriundos do Rio Grande de São Pedro distribuíam-se pelas praças do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Se o maior comprador de charque sulino foi à Bahia, o principal parceiro comercial foi o Rio de Janeiro, pois para esta cidade dirigia-se a maioria do trigo e produtos agrícolas, provindo do Porto do Rio de Janeiro, dois terços dos escravos importados pela Capitania do Rio Grande, além de produtos têxteis e manufaturas europeias. Os principais negociantes do Rio Grande do Sul eram majoritariamente externos e foram correspondentes ou momentaneamente sócios dos homens de grosso trato do Rio de Janeiro. Manuel José de Oliveira, comerciante carioca radicado em Rio Grande possuía 135 escravos, mas continuava a depender do sócio irmão radicado no Rio de Janeiro.


[1] OSÓRIO, Helen. Comerciantes do Rio Grande de São Pedro: formação, recrutamento e negócios de um grupo mercantil da América Portuguesa In: Revista Brasileira de História. São Paulo: ANPUH, nº 39, 2000.

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