Saída da Rheingantz por volta de 1940. Acervo: Fototeca Municipal Ricardo Giovaninni. |
Conforme Wagner Heinz[1], na cidade do Rio Grande um pequeno núcleo Alemão foi atraído pela posição favorável ao comércio, visto que nesta cidade tinha o único porto marítimo do Estado. Os alemães que se instalaram em Rio Grande em sua grande maioria já possuíam uma experiência comercial trazida de seu país. Alguns deles foram capazes de enriquecer. Foram responsáveis pela formação das primeiras indústrias do Estado, entre elas se destacou a Rheingantz, que chegou a ter mais de 1.200 funcionários, introduziu vários benefícios aos seus trabalhadores como, previdência, educação, saúde e uma das primeiras empresas no país a construir uma vila operária contribuindo para a formação de um proletariado urbano. Este movimento comercial e industrial trouxe para Rio Grande marcas de uma sociedade urbano-industrial, com elevado número de mão-de-obra e de capital.
Atrelado a esta sociedade urbano-industrial, novas necessidades foram surgindo, não só econômicas, mas também educacionais e culturais. Com a participação do pequeno núcleo de alemães de Rio Grande foram formados clubes, escolas e associações. Nomes como dos alemães Carlos Von Koseritz, Valeska Inah Martesen e Hermann Von Hering, tiveram participação marcante na cidade, na fundação de escolas, nas artes e nas ciências. Na cidade foi criada a primeira linha comercial aérea do Brasil: a Linha da Lagoa ligando Rio Grande-Pelotas-Porto Alegre. Alguns meses depois, ainda no ano de 1927, foi criada a VARIG com significativa presença de acionistas de Rio Grande. Ricardo Strauch era um dos primeiros acionistas responsáveis pela criação da VARIG. Os imigrantes alemães e seus descendentes adotaram este país como sua pátria e Rio Grande mesmo não sendo uma colônia foi foco de imigrantes que desempenhavam atividades econômicas, com relativo destaque financeiro. Um dos principais parceiros comerciais do Brasil era a Alemanha, num mercado internacional disputado pelos Estados Unidos. Este relacionamento cordial foi abalado no ano de 1942 com a declaração da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial que os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) são declarados inimigos. No mês de agosto de 1942, ocorreu o saque e apedrejamento de sociedades, escolas, empresas e igrejas. Estes movimentos foram responsáveis pelo arrasamento da participação econômica e cultural germânica na cidade. Ao término da II Guerra Mundial foram devolvidos todos os estabelecimentos aos alemães, boa parte já não possuía mais condições de funcionamento. Desta sociedade alemã de Rio Grande pouco restou, ficando somente alguns prédios de clubes, associações e de antigas empresas.
[1] HEINZ, Wagner. A Presença dos Imigrantes Alemães e sua Contribuição para a
Economia e Cultura na Cidade do Rio Grande. Pelotas:
Editora Universitária/UFPEL, 2010.
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