CAVIAR EM RIO GRANDE

Caviar Tainoff da Leal Santos. 

        A indústria pesqueira em Rio Grande foi das mais desenvolvidas do Brasil. Além do pescado e dos frutos do mar, outro produto foi produzido e comercializado na cidade: o caviar. Não é o caviar do Mar Cáspio oriundo do peixe esturjão do qual é extraída as ovas não fertilizadas. Fontes históricas relatam o esturjão a mais de 2.600 anos e o consumo das ovas há 800 anos em Moscou. Atualmente, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), somente ovos de esturjão e peixe-espátula podem ser denominados de “caviar”. 

         Porém, antes destas legislações contemporâneas, Rio Grande teve uma experiência consistente e persistente com a fabricação de caviar utilizando os recursos pesqueiros locais. Estes tradicionais peixes do estuário da Lagoa dos Patos evidenciaram seu potencial de aproveitamento. 

  O endereço “fatos e coisas de antanho” (https://www.facebook.com/groups/fatosecoisasdeantanho/permalink/1922914724606280/) possibilita esclarecer alguns aspectos desta experiência. O material foi repassado a esta página dedicada a temas históricos da cidade do Rio Grande por “Arlindo Rodrigues Teixeira” que pesquisou o assunto:

          “Conforme informações colhidas através do meu amigo radialista, pesquisador e escritor Célio Soares, o Sr. Nicolas Vilhar, exilado iugoslavo, técnico contratado da FAO, foi quem instalou em Rio Grande a 1ª fábrica de caviar, produzido com ovas de tainha e por isso chamado de Tainoff. O produto logo ganhou renome chegando a ser considerado como um similar ao caviar importado. Vilhar faleceu no final da década de 1960, mas já havia vendido a fábrica para o francês Jean Lacombe que em fins da década de 1970 a vendeu para a Leal Santos Pescados que continuou a fabricação, porém com ovas de miragaia, mas também com ótima aceitação no Brasil (principalmente nos mercados do Rio de Janeiro e de São Paulo). Segundo o Sr. Henrique José um dos diretores da Leal Santos, foi adquirido somente a marca TAINOFF, já que a "FÁBRICA"" na época situada à rua Conde de Porto Alegre era constituída apenas de alguns tachos e peneiras. Assim sendo o que realmente valia além da marca, era uma “SENHORA IDOSA” que tinha na memória a "FÓRMULA” e que obviamente foi contratada para dar continuidade a produção que durou até 1994. Vale acrescentar que no mesmo prédio em que começou a primeira fábrica de caviar de Nicolas Vilhar, também mais tarde funcionou outra fábrica com o nome de Rio Grande Produtos Alimentícios Ltda. que também produziu um caviar de marca Nicolaiff”.

Anúncio do Caviar Nicolaieff da Marsul. 

Prédio a Rua Caramuru.