Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

LEITURAS DE UMA FOTOGRAFIA


            O que uma fotografia pode nos dizer sobre o passado? Façamos um exercício para aqueles que conhecem esta rua da cidade do Rio Grande. 
                 O negativo de vidro original, apresentava uma rachadura em sua parte inferior. Pela inclinação da sombra projetada pelo sol no calçamento, a foto foi obtida na parte da tarde pois o sol já está no seu poente (Oeste) que está localizado a direita do observador. 
         Entre os vários personagens que estão observando o fotógrafo, como é recorrente, estão crianças que aparentemente passavam parte dos dias nas ruas pois são presença constante nas fotografias do final do século XIX e primeiras décadas do século XX. 





         Vendedores ambulantes, com seus cestos, também são um cenário muito comum.   


         As árvores que estão se projetando para a Rua General Neto estão no Largo Dr. Pio no tempo que era a Praça Dr. Pio (em frente da Igreja Matriz de São Pedro). O local da árvore está hoje ocupado pelo prédios dos Correios. 




           Esquina das ruas General Bacelar com General Neto Nenhum destes prédios sobreviveu a especulação imobiliária e os períodos de opulência e decadência da cidade. Nesta área central, as mudanças arquitetônicas foram intensas com rara persistência do estilo eclético e neoclássico, além do colonial, arquiteturas que caracterizaram as ruas centrais nos períodos oitocentistas e parte do novecentista. O moinho de vento, que aparece parcialmente, ficava numa estrutura localizada na Praça Tamandaré (esquina das ruas General Neto com Luiz Loréa).  



         À direita é visível a cobertura vegetal da Praça Tamandaré, a torre da Igreja do Salvador (junto a rua General Vitorino) e, ao fundo, a chaminé (ainda existente), da Fábrica Ítalo-Brasileira. Esta indústria têxtil foi inaugurada em 1896 e está na localizada na rua Senador Corrêa.   


          A datação provável desta fotografia do acervo da Biblioteca Rio-Grandense, enquanto hipótese de pesquisa e levando em considerações variáveis urbanas e vestimentas dos personagens, é o ano de 1915. 
       Que outras leituras podemos obter com esta fotografia? Que pergunta podemos fazer ao passado?

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