A
ligação entre Rio Grande e Pelotas consiste num problema histórico! A
transposição do Canal São Gonçalo era feita, desde o século XVIII, por pelota
(pequena embarcação em couro que levava uma pessoa e era arrastada por um
nadador), por canoas, jangadas, pequenos barcos, balsas ou outras embarcações,
de acordo com o período temporal.
A primeira ponte sobre o São Gonçalo foi
ferroviária em decorrência da construção da Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé (Southern Brazilian Rio Grande
do Sul Railway Company), Estrada
que foi inaugurada em 1884. A ponte foi construída na França em 1882 e tinha um
vão central giratório para a passagem das embarcações. Em 1982 ocorreu a
substituição por um vão elevatório. Nas duas fotografias de Augusto Amoretty,
estão perpetuados dois momentos da construção (entre 1882-1884).
A edificação de uma ponte ferroviária foi uma
longa espera muito mais longa. A defesa da obra se intensificou na imprensa do
Rio Grande na década de 1950. Tendo iniciada a sua construção em 1960, a “Ponte
Alberto Pasqualini” foi inaugurada em julho de 1963, totalizando 994,5 metros de
comprimento e uma altura máxima de 27 metros. Com o grande fluxo de caminhões conduzindo
grãos para o SuperPorto do Rio Grande (no contexto do projeto “Corredor de
Exportações”), a ponte foi interditada em 1974 e condenada por permitir o tráfego de veículos
com carga máxima de até 36 toneladas mas recebia veículos de até 60 toneladas. A
sobrecarga de peso produziu defeitos e fissuras que levaram a necessidade de
construção de outra ponte a qual teve início em abril de 1975 e término em maio
de 1976. Com maior largura que a “Ponte Velha”, a “Ponte Léo Guedes” tem um comprimento
de 1.020 metros, altura máxima de 21,35 metros e permite um tráfego de até 10
mil veículos por dia.
Com o avanço da duplicação da BR-392, deverá
ser retomada a discussão da necessidade de recuperação e alargamento da “Ponte
Alberto Pasqualini”. Desde o distante tempo em que era utilizada “pelota”, o
São Gonçalo ainda persiste como um grande desafio à engenharia e aos cofres
públicos para garantir a segurança em sua passagem.
Ilustrações:
Ponte Ferroviária. Fotógrafo: Amoretty. Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Ponte Nova e Ponte Antiga vistas de baixo. Acervo: http://www.panoramio.com/
O Sr. é uma pessoa excêntrica e interessante !
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