Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

AS PONTES DO SÃO GONÇALO

         A ligação entre Rio Grande e Pelotas consiste num problema histórico! A transposição do Canal São Gonçalo era feita, desde o século XVIII, por pelota (pequena embarcação em couro que levava uma pessoa e era arrastada por um nadador), por canoas, jangadas, pequenos barcos, balsas ou outras embarcações, de acordo com o período temporal.
       A primeira ponte sobre o São Gonçalo foi ferroviária em decorrência da construção da Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé (Southern Brazilian Rio Grande do Sul Railway Company), Estrada que foi inaugurada em 1884. A ponte foi construída na França em 1882 e tinha um vão central giratório para a passagem das embarcações. Em 1982 ocorreu a substituição por um vão elevatório. Nas duas fotografias de Augusto Amoretty, estão perpetuados dois momentos da construção (entre 1882-1884).
       A edificação de uma ponte ferroviária foi uma longa espera muito mais longa. A defesa da obra se intensificou na imprensa do Rio Grande na década de 1950. Tendo iniciada a sua construção em 1960, a “Ponte Alberto Pasqualini” foi inaugurada em julho de 1963, totalizando 994,5 metros de comprimento e uma altura máxima de 27 metros.  Com o grande fluxo de caminhões conduzindo grãos para o SuperPorto do Rio Grande (no contexto do projeto “Corredor de Exportações”), a ponte foi interditada em 1974  e condenada por permitir o tráfego de veículos com carga máxima de até 36 toneladas mas recebia veículos de até 60 toneladas. A sobrecarga de peso produziu defeitos e fissuras que levaram a necessidade de construção de outra ponte a qual teve início em abril de 1975 e término em maio de 1976. Com maior largura que a “Ponte Velha”, a “Ponte Léo Guedes” tem um comprimento de 1.020 metros, altura máxima de 21,35 metros e permite um tráfego de até 10 mil veículos por dia.
       Com o avanço da duplicação da BR-392, deverá ser retomada a discussão da necessidade de recuperação e alargamento da “Ponte Alberto Pasqualini”. Desde o distante tempo em que era utilizada “pelota”, o São Gonçalo ainda persiste como um grande desafio à engenharia e aos cofres públicos para garantir a segurança em sua passagem. 


Ilustrações: 
Ponte Ferroviária. Fotógrafo: Amoretty. Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Ponte Nova e Ponte Antiga vistas de baixo. Acervo: http://www.panoramio.com/







Um comentário: