Cartografia portuguesa de 1777. |
Cartografia espanhola de 1776. |
Durante
13 anos, entre 1763 e 1776, a Vila do Rio Grande de São Pedro foi controlada
pelos espanhóis.
Fundada
em nome da Coroa Portuguesa em 1737, Rio Grande teve sua ocupação questionada
por hispano-platinos desde os primórdios e transformou-se num dos espaços de
conflito no século XVIII. Em 1763 ocorreu a ocupação espanhola da Vila que foi
retomada pelos portugueses em abril de 1776. Os dois eventos consistem em
momentos exponenciais e dramáticos que definiram o projeto civilizatório
luso-brasileiro no Rio Grande do Sul. A manutenção da presença espanhola
poderia ter lançado a atual fronteira com o Uruguai, no Chuí, pelo menos
duzentos quilômetros ao norte. A ocupação espanhola e todas as atuações épicas
ligadas à retomada portuguesa constituem episódios de destaque no cenário da
história militar brasileira e nos desdobramentos geopolíticos de constituição
do Brasil nação.
Com
a ocupação espanhola, ocorreu o êxodo de grande parte da população
luso-brasileira-açoriana que se dispersou pelo centro-leste do Rio Grande do
Sul. A retomada portuguesa da Vila do Rio Grande envolveu um contingente de
mais de quatro mil homens que expulsam os mais de 1.600 combatentes espanhóis.
Os anos seguintes são de reconstrução e de repovoamento, ocorrendo um lento e
gradual período de valorização econômica da Capitania do Rio Grande e o
incremento das atividades marítimas e lagunares.
A
produção cartográfica deste período é uma das melhores do Brasil da segunda
metade do século XVIII. Portugueses espanhóis se esforçaram para retratar
geograficamente o cenário em que se disputou a soberania cujo epicentro é a
Barra do Rio Grande. Os dois mapas/plantas/planos selecionados são: Plano do
Rio Grande de São Pedro (1777) da Biblioteca Nacional de Portugal; Plano del
Rio Grande de San Pedro (1776) acervo do Arquivo General Militar de Madrid.
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