Desde o a primeira década do século 20, os
cartões-postais procuraram também retratar a cidade do Rio Grande vista de um
ponto mais alto. O local mais procurado era a torre da Alfândega que permitia
fotografar o cais do Porto Velho, o Mercado Público, a Praça Xavier Ferreira e
os prédios do entorno histórico.
Com o nascimento da aviação comercial
brasileira em 1927, quando da implantação da Linha da Lagoa ligando Rio Grande
a Porto Alegre, imagens inéditas da cidade puderam ser colhidas através da
lente fotográfica. É o caso de uma antiga fotografia, possivelmente do ano de
1927, mostrando a visão da cidade que se tinha a bordo de um avião. Numa cidade
plana como Rio Grande um olhar vertical permite vislumbrar um detalhamento da
paisagem inviável na horizontalidade. A pequena península ocupada pela
urbanidade crescente se mostrava cercada pelas águas da Lagoa dos Patos, pelo
Saco da Mangueira e no horizonte estava o portentoso Oceano Atlântico.
Na década de 1930-40, o sobrevôo de avião
permitiu a produção de fotografias que viraram cartões-postais do centro
urbano. Na década de 1950, a
empresa Foto Postal Colombo sobrevoou a cidade e colheu espetaculares imagens que
evidenciavam o crescimento urbano e a presença dos casarões antigos que
começavam a ceder espaço para os edifícios.
Na década de 1970, as tomadas aéreas se
proliferam ainda mais. Os cartões-postais aqui reproduzidos desta década mostram,
num deles, a cidade já num período de verticalização arquitetônica com a
proliferação de edifícios no centro urbano e a estrutura do Porto Novo do Rio
Grande ao fundo. O outro postal focaliza a estrutura portuária do Porto Novo e
especialmente o Bairro Getúlio Vargas, além da área do Regatas e arredores, num
período em que o 5° Comando Naval ainda não havia se instalado em Rio Grande.
Ilustração: Cartões-postais de Rio Grande na década de 1970. Acervo: Papareia.
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