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https://www.lojamythos.com.br/hq-s/assinatura-tex-4-meses-setembrodezembro |
A proposta deste blog é instigar a leitura, o conhecimento e a investigação dos processos históricos. Livros com temas ligados a História do RS e Hist. do Município do Rio Grande estão disponíveis para leitura ou baixar (basta clicar em cima da imagem da capa do livro ou copiar o link com o botão direito do mouse). Também serão abordados temas de "História e Terror", "Literatura Fantástica", "Graphic Novel-HQ" etc. Administradora: Rejane Martins Torres. Facebook: Professor Torres
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Acervo: Luiz Henrique Torres. |
Matéria a seguir foi integralmente reproduzida do "Tex Willer Blog" de Portugal endereço: https://texwillerblog.com/indios-em-tex-a-historia-contada-pelos-vencidos/.
Excelente matéria de Paulo Guanaes que contribui para a reflexão da trajetória e os eventos vividos por Tex e a postura de Bonelli e dos roteiristas frente à colonização do Oeste Americano e o ponto de vista dos povos indígenas.
Tudo começou com Cristóvão Colombo, que deu ao povo o nome de Índios. Os europeus, os homens brancos, falavam com dialetos diferentes, e alguns pronunciavam a palavra “Indien”, ou “Indianer”, ou “Indian”. Peaux-rouges, ou “redskins” (peles-vermelhas), veio depois (Extraído do livro Enterrem meu coração na curva do rio, L&PM Editores).
Eu sempre quis escrever sobre a inserção dos índios no universo texiano. Desde logo, contudo, aviso aos navegantes que a intenção não é esgotar o assunto, longe disso. Optei por falar de forma aleatória sobre essa presença significativa nas aventuras de Águia da Noite a partir da minha observação como tradutor de Tex no Brasil, atividade que remonta a meados da década de 1970. É uma modesta perquirição do olhar de um genial autor sobre a temática indígena na sua obra.
Desde as primeiras histórias de Tex, Gianluigi Bonelli, o criador intelectual da personagem, aborda a questão dos índios e suas vicissitudes na América do Norte, particularmente entre 1860 e 1890. Em várias delas, reproduziu com retoques de ficção as sangrentas Guerras Indígenas, entre as quais sobressaem a batalha de Little Bighorn – na qual o notório general Custer morreu – e a de Sand Creek – onde 700 homens da força militar do Colorado mataram quase 200 cheyennes e arapahos. Tais confrontos, a maioria não desvelada, quase sempre terminavam em massacre dos índios e ocorriam a pretexto do desenvolvimento económico dos Estados Unidos. Nos seus roteiros, Bonelli não menciona apenas os índios do Tio Sam, cujas tribos que mais se destacam nas páginas da revista em quadradinhos mais antiga de Itália são os Sioux, Cheyenne, Apache, Moicano, Creek, Piute, Dakota, Arapaho, Kiowa, Shawnee, Comanche, Cherokee e Navajo. O autor também nos apresenta, em diversas histórias expressivas da sua obra texiana, os índios naturais do Canadá (entre eles, Esquimós, Iroqueses, Assiniboine, Seminoles, Senecas) e do México (Astecas, Maias, Yaquis, Otomis, entre outros).
Essa decisão de incluir, de maneira intensa, aspectos da história dos índios americanos no quotidiano do ranger está ligada ao sentimento humanitário e à solidariedade que Bonelli nutria pelas causas das minorias desprotegidas, traços que se revelam ao longo da sua vasta obra. Assim, mesmo demonstrando um insuperável talento para transformar Tex num sucesso editorial mundial, ele não abdicou da sua consciência crítica. Desde as primeiras tiras, retratou os índios na contramão do imaginário comum, vigente em meados do século passado: um ser sub-humano, selvagem, exótico, bárbaro. Ao contrário, pois, o roteirista sempre se esmerou em mostrar os índios como homens comuns e pacíficos que iam à luta apenas pelo direito à vida, pelo direito de habitar as terras que sempre foram suas e dos seus antepassados. Um povo que vivia da caça e da pesca, e com profundo respeito pelo meio ambiente, que naqueles tempos era chamado tão somente de “natureza”.
Não por acaso, o criador de Tex batizou-o com o nome indígena Águia da Noite, temido por todas as tribos de norte a sul dos Estados Unidos, México e Canadá. Para registar de forma insofismável o seu apreço pela causa indígena, Bonelli cria uma personagem que se irá constituir num dos pilares do êxito da série, um parceiro que Tex considera como seu irmão: o navajo Jack Tigre, o maior farejador de pistas do Oeste. A sua reverência ao povo indígena pode ser vista ainda no próprio estado civil do nosso herói, pois ele é apresentado ao leitor como um homem casado com a bela índia Lilyth, cuja morte prematura é anunciada logo no início da saga. Dessa união, nasceu Kit Willer, o afilhado do resmungão Kit Carson, inseparável companheiro de Águia da Noite nas suas aventuras, compondo o quarteto de parceiros. Também não por acaso, Tex é o chefe branco do povo Navajo e o agente indígena que dá total proteção à reserva dessa tribo, onde ele próprio vive e para onde sempre retorna após as suas refregas com os mais perigosos bandidos da América. Ainda na pele de agente indígena, Tex defende os navajos da febre expansionista dos insaciáveis colonos brancos. Violentos, eles não hesitavam em apelar para a estratégia do extermínio do povo vermelho – frequentemente com o auxílio do exército americano –, a fim de se apossarem das terras férteis e das jazidas de ouro que nelas se encontravam.
Essa caracterização ideológica marcante e definitiva do perfil da personagem principal, que o aproxima umbilicalmente da vida indígena, evidencia e reforça a intenção do idealizador de Tex Willer em recontar, através da perspectiva dos vencidos, a trágica história dos índios americanos. Desprezados pelos brancos pelos seus diferentes laços peculiares de cultura, religião, língua e comportamento, os peles-vermelhas eram também vítimas de um estereótipo que os tachava como minoria incómoda para a expressão desenvolvimentista de uma nação em progresso, que precisava de terras para ampliar o seu território, para abrir estradas e colonizar o interior.
O que mais surpreende é que essa solidariedade étnica, estampada nas páginas de três tiras a preto e branco da mais popular história em quadradinhos italiana, tem início no nascimento da personagem, em 1948. Pode-se dizer, portanto, que Bonelli foi um dos precursores da tardia revisão histórica levada a efeito nos Estados Unidos acerca da conquista do Oeste e do lugar ocupado pelos índios na vida americana, a partir do lançamento, em 1970, do livro Enterrem meu coração na curva do rio, de autoria de Dee Brown, do qual faço algumas citações neste texto. Uma avalanche de livros e filmes sobre o tema veio logo depois deste best-seller. O livro sacudiu consciências e resgatou a dignidade de um povo forte e altivo, escancarando uma faceta trágica da formação norte-americana e revelando o homem branco como poluidor de uma natureza exuberante, mediante a introdução da fumaça dos comboios, do uísque, das doenças infecciosas e do fim de florestas e da vida selvagem.
Nos seus criativos roteiros, jamais igualados, Bonelli sempre prestou homenagem aos grandes líderes indígenas, com mais frequência a Nuvem Vermelha, Gerónimo, Touro Sentado e Cochise. Este último, inclusive, foi eleito pelo autor para ser um dos melhores amigos de Tex. Era um índio dono de uma história riquíssima na vida real.
Como líder apache, foi um bravo resistente das invasões bárbaras das suas terras, cometidas por mexicanos e americanos em meados do século XIX. Cochise e os seus chiricahuas viveram numa região que vai de Sonora ao Novo México e Arizona, cenário usado recorrentemente por Bonelli e pelos roteiristas que o sucederam para contar aventuras indígenas tocantes. Nelas, ao adotar a instigante narrativa dos vencidos, o pai de Tex leva-nos a observar os índios por lentes bem diferentes daquelas que os mostravam como selvagens.
* Texto de Paulo Guanaes publicado originalmente na Revista nº 4 do Clube Tex Portugal, de Junho de 2016.
Reproduzindo convite para o evento comemorativo aos 75 anos de Tex Willer a ser realizado em Porto Alegre.
In: https://www.facebook.com/confrariabonelli/
"A Convenção da Confraria Bonelli 2023 se une a iniciativa "Uma Tarde Bonelli" da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul e ocorre nos dias 30 de setembro e 1 de outubro, na Biblioteca Pública do Estado (Rua Riachuelo, 1190, Centro Histórico de Porto Alegre), das 13h as 19h, com entrada totalmente gratuita.
Acervo: https://www.avenidalivros.com.br/ |
Cartão-postal com data de 15 de agosto de 1904 mostra a fachada do prédio da Santa Casa.
O que se destaca na imagem é a posição das águas da Lagoa dos Patos que ficavam próximas a fachada do prédio. Era um atracadouro para pequenas embarcações.
Ao se conviver com uma espacialidade passa a se acreditar que ela sempre foi assim, sem considerar as modificações antrópicas. Os cenários urbanos vão sendo construídos nem sempre considerando que o processo natural pode trazer transtornos ou exigir readaptações e novas espacialidades.
Atualmente temos no local da fachada da Santa Casa e do extinto atracadouro a estrutura do Hospital da Furg, a Rua Francisco Campelo e o complexo do CCMar. Neste trecho, foram 310 metros aterrados e que se avançou para o interior da Lagoa dos Patos.
A reflexão surgiu pelo impacto em olhar este cartão-postal de 1904 e constatar da radical mudança no cenário. Não é um caso emblemático e sim comum: parte considerável da área urbana da cidade do Rio Grande é fruto do aterramento e da expansão territorial junto a Lagoa dos Patos, Saco da Mangueira, antiga Ilha do Ladino etc.
https://www.google.com/maps/@-32.0288962,-52.1015368,756m/data=!3m1!1e3?entry=ttu |
https://www.google.com/maps/@-32.0288962,-52.1015368,756m/data=!3m1!1e3?entry=ttu |
https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/cais-inundado--2048x1365.jpg |
A Metsul considerou este dia 27 de setembro como um marco histórico em Porto Alegre. O nível do Guaíba alcançou a sua maior elevação desde a grande enchente de 1941. Chegaram a 3,18 metros no Cais C6. No portão central do Cais chegou a 3,15 metros.
Matéria da Metsul:
Impressionante o avanço das águas em áreas da orla do Guaíba e o volume de água no entorno da capital. https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/drone8.jpg |
Boa notícia para Rio Grande é que as águas recuaram nesta quarta-feira.
Para quem quiser de forma condensada ter acesso a material sobre a enchente de 1941, reproduzo abaixo alguns links de matérias publicadas no blog.
Inicialmente, segue o link do livro A Enchente de 1941 em Rio Grande: https://drive.google.com/file/d/1pR1EQN0Fo-UaeLWe8KsLxr4p3USGdiFt/view
Links de matérias fundamentadas no livro:
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5328750013387370219
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/2889644905577637178]
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/4022732896258926164
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5659231051847525751
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/6030995882591023174
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/3326476060884648870
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/43557419279412368
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5120729610699964299
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/6959048309046749734
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/7056092502534037844
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/3164790617124385820
https://www.blogger.com/blog/post/edit/6609529367557480518/5136114456086056812
Acervo: https://www.avenidalivros.com.br |
Echo do Sul, 19-03-1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
No ano de 1912 as expectativas estavam ligadas a segurança de acesso ao Porto Velho e a construção do Porto Novo. Mas para viabilizar estes projetos, era indispensável a construção dos Molhes da Barra do Rio Grande. Nesta direção a Companhia Francesa foi organizada em 1908 e estava trabalhando na cidade para a realização desta obra gigantesca de engenharia hidráulica.
Canalete da Major Carlos Pinto transbordou. Fotografias: Luiz Henrique Torres. 25-09-2023, aproximadamente 15h. |
Infelizmente as águas da Lagoa dos Patos persistem cobrindo várias áreas da cidade do Rio Grande.
O cenário pode ficar ainda mais complexo se o mal tempo previsto para esta terça e quarta-feira for confirmado com a formação de um ciclone extratropical. As chuvas poderão alcançar patamares entre 100 e 200 mm em vários municípios do Rio Grande do Sul, os quais, através dos seus cursos d'água, alimentam o Guaíba e a Lagoa dos Patos.
Porto Alegre poderá, hipoteticamente, ter problemas de elevação do Guaíba inclusive na área central. Do lago Guaíba a água escoa para a Lagoa dos Patos que além deste ainda receberá vários aportes (rios, arroios) ao longo do caminho de 250 quilômetros e chegará até Rio Grande.
Assisti vídeos mostrando o alto nível da água na cidade de Guaíba e a uma lâmina cobrindo várias ruas da orla. O vento sul está represando o escoamento no Guaíba e com a previsão de ventos fortes para o Leste do RS e Estuário da Lagoa dos Patos poderemos ter uma elevação ainda maior. Períodos de tensão viveremos nos próximos dias e até semanas.
Hoje, 25 de setembro, fiz mais algumas fotografias mostrando o impacto de alguns locais alagados em Rio Grande.
Canalete da Major Carlos Pinto proximidades da Avenida Portugal. |
Canalete da Major Carlos Pinto transbordou. Lagoa dos Patos ao fundo. |
Muitos biguás observando a enchente na Avenida Henrique Pancada. |
Avenida Henrique Pancada as águas cobrem parte das áreas de lazer. Em dois pontos está interditada pois a água cobre a pista. |
Área de lazer na Avenida Henrique Pancada. Ilha dos Marinheiros ao fundo. |
Nível das águas junto ao CCMar. |
Rincão da Cebola com os trapiches sendo cobertos. |
Rincão da Cebola. |
Acesso ao Iate Clube e ao Museu Oceanográfico interditados. As áreas estão envoltas por uma lâmina de água. |
Frente da caixa. |
Lombada da caixa. |
A Mythos Editora lançou uma caixa em madeira com material comemorativo aos 75 anos do lançamento da revista Tex.
O personagem fez a sua primeira aparição no dia 30 de setembro de 1948 na Itália. Criado pelo roteirista Gian Luigi Bonelli e com desenhos de Aurelio Galleppini (Galep). No Brasil Tex apareceu na revista Júnior n. 28 em 25 de fevereiro de 1951 e ganhou uma revista própria em fevereiro de 1971 (Editora Vecchi). Conheci a revista Tex nos primórdios de 1978, ou seja, há 45 anos. Nesta crise dos quadrinhos é surpreendente observar um personagem chegar aos 75 anos e com vitalidade para produzir produtos de alta qualidade.
Adquiri uma das 220 caixas produzidas para demarcar a data dos 75 anos de Tex e reproduzo abaixo o material que estava em seu interior. Site onde foi adquirida: https://www.lojamythos.com.br/
Alguns itens fornecidos na caixa comemorativa. |
Cartão-postal. |
Imã para geladeira. |
Botom. |
Edição especial com personagens de Sérgio Bonelli (lançada em 2013). |
Edição Especial 50 anos da revista Tex no Brasil (2021). |
Certificado de Propriedade n. 149.
Peça para destacar. |
Poster. |
O "IV Seminário Cultura e Identidades do Rio Grande" ocorre na Biblioteca Rio-Grandense nos dias 28 e 29 de setembro.
No folder estão os palestrantes e temas a serem desenvolvidos. O evento será presencial.
As inscrições são gratuitas.
Imagem de satélite das 4h10 (23-09-2023). Nuvens extremamente carregadas entre o Oeste e o Sul do RS. https://metsul.com/wp-content/uploads/2023/09/bage4.jpg |
Pouco depois da meia-noite deste dia 23 de setembro, o mau tempo em Rio Grande, me instigou a observar o radar meteorológico e o radar de raios fornecidos no site da Metsul. Fiz este acompanhamento sistemático até às 5 horas da madrugada. Dedico este tempo para aprender um pouco mais sobre fenômenos atmosféricos e também para correr da cama se perceber que um núcleo de granizo está chegando: o carro fica estacionado na rua e... Depois dos estragos feitos na cidade do Rio Grande quando do granizo de 1998 passei a levar muito a sério este fenômeno.
Uma madrugada tensa, pois formações de tempestade com insistência migravam do Uruguai e se intensificavam na atmosfera do Rio Grande do Sul. Identifiquei vários núcleos de granizo, mas me chamou a atenção um de maiores dimensões que se deslocou para a cidade de Bagé e acabou causando muitos danos na área urbana.
Lendo a matéria da Metsul de hoje tomei ciência do verdadeiro impacto do fenômeno: SITUAÇÃO INCOMUM LEVOU AO RARO GRANIZO GIGANTE EM BAGÉ (RS) Tempestade severa de granizo atingiu na madrugada de hoje a cidade de Bagé (RS) com pedras gigantes de gelo que causaram muitos estragos. https://metsul.com/situacao-incomum-levou-ao-raro-granizo-gigante-em-bage-rs/?fbclid=IwAR1EffEqsCN60Shl7gdX0aqBEaZoEui194m9VduGtj4_7Oz2jRnixVEEkOU .