Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

domingo, 18 de novembro de 2018

OS PRIMÓRDIOS DA OCEANOLOGIA


O jornal “Folha da Tarde” (Porto Alegre) do dia 11 de abril de 1973 publicou uma matéria de cinco páginas com a cobertura de uma viagem de pesquisa realizada no navio Oceanográfico Almirante Saldanha (Marinha do Brasil). Pesquisadores a bordo realizavam pesquisas de biologia e geologia da costa litorânea do Rio Grande do Sul. Os repórteres do jornal cobriram parte destas atividades científicas e divulgaram ao público rio-grandense temas relativamente desconhecidos. O interessante é que a bordo do navio, além de pesquisadores de outras cidades brasileiras, estavam estudantes do Curso de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande que se destacariam nas décadas seguintes como profissionais conceituados neste campo do conhecimento. Eles eram integrantes da primeira turma do primeiro Curso de Oceanografia criado em todo o Brasil. 
Um dos estudantes citado e entrevistado pelo jornal “Folha da Tarde” ainda está na ativa: é o colega da FURG professor Lauro Julio Calliari. O tempo é repleto de experiências e a matéria do periódico é um depositório de memórias.










quinta-feira, 8 de novembro de 2018

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: 100 ANOS DO ARMISTÍCIO



No dia 11 de novembro de 1918 foi assinado o armistício de Compiègne entre os Aliados e a Alemanha: encerrava a Primeira Grande Guerra Mundial! O local da negociação foi dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, na França. O comandante das forças da Tríplice Entente, Marechal Ferdinand Foch e Matthias Erzberger, representante da Alemanha, foram os principais signatários do documento que determinou que "as hostilidades cessarão em toda a frente no dia 11 de novembro às 11h, no horário da França."

Estava finalizado, apesar de combates persistirem por mais algumas horas,  o trágico conflito, iniciado em 28 de julho de 1914, que ceifou a vida de mais de 9 milhões de soldados e deixou mais de 20 milhões de feridos. Cerca de 10 milhões de civis morreram. Vários países participaram do conflito mas as maiores baixas ocorreram na França e na Alemanha, onde cerca de 80% da população masculina foi enviada para combate. A Alemanha foi a maior derrotada, com perda de territórios, sanções internacionais, desapropriações e indenizações muito pesadas pós-guerra. O próprio Kaiser Guilherme II pagou um preso extremo pela derrota:  com o fim da Monarquia ele foi exilado e ocorreu a instauração da República de Weimar.
Marcas da Guerra estão na carnificina das trincheiras, na insanidade dos combates mortíferos, no uso de lança-chamas e dos ataques com gás mostarda que cegavam ou promoviam a insanidade nos combatentes. Até os aviões, apesar de suas limitações técnicas, são engajados no esforço de guerra: passam a ser usados em combates aéreos e em bombardeios.  
O período de paz europeia que teve início em 1870 foi denominado de Belle Époque. Num período de forte incremento de busca por matéria-prima e mercados oriundos da expansão industrial, os conflitos por territórios e zonas de influência se tornaram mais críticos e assumiram tons mais belicosos e nacionalistas na primeira década do século XX. A Primeira Guerra esfacelou a harmonia diplomática de mais de quatro décadas e demarcou outra variável que influenciaria grande parte das relações internacionais posteriores: o surgimento, em 1917, das raízes do socialismo real na Rússia. O desfecho da Guerra, levou ao fim do Império Russo dos Romanov, do Império Alemão, do Império Otomano e do Austro-Húngaro, com o surgimento de uma nova configuração geopolítica/territorial em partes da Europa.
Em 1919 ocorreu a assinatura do Tratado de paz de Versalhes, com cláusulas tão pesadas para a Alemanha que canalizou o descontentamento e o ódio que alimentaram o belicismo que levou a eclosão da Segunda Guerra Mundial. 



 
Cenas da I Guerra Mundial. Wikipedia. 

Soldados britânicos com metralhora Vickers. Acervo: Imperial Wars Museum.
 


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

60 ANOS DE “O HORROR DE DRÁCULA”


      Muitos moradores da cidade do Rio Grande ainda podem recordar dos filmes de horror da produtora inglesa Hammer Film que eram exibidos entre os anos 1950-70 nos vários cinemas da cidade. A maioria pode recordar de ter assistido em algum canal de TV, em especial, na série “Cine Mistério” nos anos 1970-80. O horário era indigesto para trabalhadores e estudantes do turno da manhã (23h30 até 01h00), mas a satisfação em assistir aos filmes de faixa etária “não livre” superava a fadiga no dia seguinte. Entre os filmes exibidos na madrugada, um deles está completando aniversário!    
       Ao pensarmos em referenciais norteadores da filmografia vampírica o filme “O Horror de Drácula” nos Estados Unidos (ou “O Vampiro da Noite” no Brasil) é basilar em relação ao surgimento do horror vampírico gótico. Os filmes dos estúdios Universal, como “Drácula” com Bela Lugosi (1931) dão início ao ciclo do horror gótico em preto e branco o qual perdura até o filme “A Casa de Drácula” em 1945.
      A Hammer Film investe no gótico colorido a partir de “A Maldição de Frankenstein” (1957) e investe na temática vampírica no “O Horror de Drácula” que estreia em maio de 1958. Adaptações do romance “Drácula” de Bram Stoker são feitas de forma livre e quase sempre distante do roteiro original. A adaptação é feita por Jimmy Sangster e a direção é de Terence Fisher que foi responsável pelas intensas cores dos cenários e do volumoso sangue que passa a escorrer dos pescoços. A busca de cenas mais realistas, brutais e situações de sensualidade atravessam a sua direção em vários filmes de horror. O ator Christopher Lee faz o papel do vampiro sedutor, de pouca ou nenhuma palavra, que hipnotizava com os olhos e consumia vorazmente o sangue. Na cultura pop contemporânea, a associação de Lee com Drácula se tornou automática. No mesmo filme Peter Cushing, atua como o caçador de vampiros - Dr. Van Helsing. Os dois atores ingleses se tornaram ícones inseparáveis neste e em outros filmes de horror da Hammer.
        Sessenta anos se passaram desta releitura cinematográfica moderna do clássico de Bram Stoker. Outros quinze filmes com temática vampírica foram produzidos pela Hammer até o esgotamento do gênero em 1974. Uma filmografia que possibilita muito deleite e também reflexões sobre a diversidade de narrativas e de estéticas.
Fotografias de O Horror de Drácula.

Empalamento da vampiro e a expressão de Cristopher Lee em seu caixão. 

Material de divulgação do filme. 

Cartazes de O Horror de Drácula em várias nacionalidades.

Cristopher Lee em cena do filme.

Peter Cushing como Van Helsing.