Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

terça-feira, 15 de outubro de 2024

MOTORES (1896)

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2048
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896. 


 J.A. Daunis na Rua Uruguayana (atual Av. Silva Paes) vendia motores a gás, petróleo, benzina e gasolina. 

Esta agência comercializava os verdadeiros motores Otto.

  O alemão Nikolaus August Otto (1832-1891) foi o inventor do motor de combustão interna do ciclo de Otto em 1876. Trata-se de um motor de combustão interna de quatro tempos. Em poucos anos vendeu mais de 35 mil motores e foi se tornando uma referência tecnológica.  

MÁQUINA DE COSTURA WHITE (1896)

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2040

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896 traz este anúncio da máquina de costura White que estava sendo comercializada por José Carneiro & Comp. da cidade de Pelotas.  

O norte-americano Thomas White inventou sua primeira máquina de costura em 1870. Em New Jersey, no ano de 1876, fundou a empresa New Home Sewing Machine Co. O sucesso da empresa fez com que a produção chegasse a quinhentas máquinas por dia em 1884 e a duas mil unidades diárias no pós 1945. A empresa foi a falência em 1955. 
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

CORRÊA & NOVA (1896)

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2032
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896.

 Agentes de Comércio Corrêa & Nova, Succ. (Pelotas, Rio Grande e Bagé) atuavam no ramo de transporte de bagagens, encomendas e mercadorias dentro do Rio Grande do Sul. O transporte poderia ser realizado por estrada de ferro ou por via fluvial. 

A sucursal ficava em Rio Grande sob responsabilidade da Espirito Santo & C. 

O COBERTORZINHO DE MOSTARDAS EM RIO GRANDE

Cobertor de Mostardas. https://www.facebook.com/p/Artesanato-Cobertor-Mostardeiro-100063487665954/
https://www.facebook.com/photo/?fbid=1060471332745779&set=a.522375826555335

 O conto de J. Simões Lopes Neto, O Cobertorzinho de Mostardas, tem início na cidade do Rio Grande. A segunda parte do conto e, muito rápida, se passa em Mostardas onde é adquirido o cobertor. A terceira em Bagé onde ocorre o desenlace da história. 

Reproduzo a seguir, a parte relativa ao personagem Romualdo trabalhando num armazém em Rio Grande


"No meu tempo de meninote fui caixeiro na cidade do Rio Grande, que naquela época dava a nota no comércio da província. Como era da praxe, o meu primeiro posto foi o de - vassoura.

Varria o armazém - uma "venda" em ponto grande - agarrava à unha as baratas vagabundas que passeavam sobre os queijos e os bacalhaus, lustrava os sapatos de fivela do patrão e ia à missa das sete horas, porque era dos mandamentos. As vezes chuchava o meu cascudo dado pelo sr. 1º caixeiro; comia - por último - na ponta da mesa grande, sem toalha e tudo no mesmo prato; ao escurecer ia a casa tomar a bênção aos meus pais e voltava logo, para dormir numa esteira, atrás das pipas. Isso tudo eu e os outros fazíamos para aprender - a ser gente.

Mas a vida ia correndo. O diabo foi uma mulatinha, que...

Foi assim: perto do armazém morava uma senhora viúva, com três filhas, meninotas como eu, porém bonitinhas como uns feitiços.

De manhã, quando eu ia à missa ou de lá vinha, espichava para elas os olhos mas baixava-os logo, entre respeitoso e envergonhado.

As meninas riam-se, cochichavam e beliscavam-se.

À noite, quando ia à bênção caseira ou de lá vinha, etc, e tal, era a mesma cousa.

Aquela obrigada passagem pelos três diabinhos punha-me as orelhas em fogo e forçava-me a trocar o passo, na atrapalhação do meu acanhamento.

Porém, a mais dos três diabinhos havia mais uma mulatinha, repolhudinha, bem da cor do pêssego maduro, e ladina como um sorro.

A mandado das sinhazinhas a mulatinha vinha ao armazém comprar rapaduras, puxa-puxa, pé-de-moleque ou broinhas, que eram os doces que havia; e embirrava em que só havia de ser servida por mim!

- Seu Romualdo, quatro de broinhas e dois de puxa-puxa!

Se outro caixeiro vinha atendê-la, a mulata empacava-se e teimava:

- É o seu Romualdo quem me serve. A nhãnhã deu "orde"!

E este seu criado Matias. A vida ia correndo.

Ora, uma tarde, tinham todos ido jantar, ficando eu, como de costume, sozinho de plantão ao balcão. Nessa tarde, não sei porquê, até uns sujeitos que costumavam ficar por ali fazendo horas, até esses não apareceram.

Estava eu olhando para uma caixa de massas italianas e cá de mim para mim perguntando que estranha árvore seria aquela que dava lasanha e macarrão, quando embarafustou porta adentro a mulatinha:

- Seu Romualdo, três pé-de-moleque!

Fiz os três vinténs de pé-de-moleque e por minha conta tomei de uma rapadura e dei-lha, dizendo, meio a tremer de mim mesmo:

- Toma: isto é doce como tu.

A mulatinha avançou na rapadura e respondeu espevitada:

- Como tu, vá ele! "Menas" confiança!

Estomagado com a ingratidão, quis retomar a rapadura e fisguei o pulso da mulata. Houve uma pequena luta silenciosa e justo, ao tempo que entrava da rua o patrão, a mulata bradava às armas:

- Seu Romualdo, não me belisque!

- Largue a cabra, menino! berrou o meu patrão, a dois passos de mim.

E como vinha de mãos a prumo sobre as minhas orelhas, quebrei o corpo. Depois, não sei explicar o que se passou: divisei ao meu lado, na boca de uma barrica, um alguidar com manteiga; nele e nela afundei as mãos e com tal bocado - três ou quatro libras - fiz arma de defesa.

Os dedos ferozes tornaram a roçar-me as orelhas, outra negaça de corpo e quando alcei-me, plantei a plastada da manteiga na cara do patrão. Olhos, barbas, nariz, boca, testa. Calafetei-o!

E voei, porta fora, assombrado. A mulatinha, em frente, fez uma careta e gritou-me:

- Bem feito! Apanhou! Apanhou! Bem feito!

Cinco minutos depois entrava em casa.

- Tratante! bradava Romualdo pai. Atreveres-te! ao teu patrão... ao segundo pai dos caixeiros! Patife!

- Mas ele ia arrancar-me as orelhas, murmurava eu, Romualdo filho, a tremer, com a boca pegada a cuspo grosso.

E Romualdo pai:

- Pois fazia muito bem! Quem dá o pão dá o ensino!

E Romualdo filho: - Que ele sempre tratou-me como cachorro gaudério! Ih! Ih! Ih!

E mais não disse, que os soluços embargaram-me a voz e os queixumes. Afinal a "velha" acomodou as cousas. As mães sabem sempre ser anjos.

Fui mandado para Mostardas, a passar uns dias com o meu padrinho.

Foi um rega-bofe a viagem, que durou três dias, a bordo dum lanchão; foi outro rega-bofe a estadia, que durou duas semanas, em casa do padrinho.

Mostardas é uma povoação perdida entre areiais, junto à costa do oceano. Gente boa, do bom tempo. Tece o linho, de que faz desde os enxovais de casamento até as camisas do diário; tece a lã desde os xergões grosseiros até o picotinho lustroso.

Nesse tempo existia aí uma raça especial de ovelhas que produziam uma lã tão aquecedora como nunca mais vi outra. Essas ovelhas morriam muito no verão abafadas na pele, era necessário tosqueá-los à navalha. A gente que trabalhava com tal lã suava em barda e ficava com as mãos vermelhas, quentes, fumegando, como se estivesse lidando em água esperta.

Mas eu, como criançola, pouca atenção dava a estas cousas".

Romualdo retorna a Rio Grande e parte de diligência para Bagé. Esta pode ser a indicação de uma história (fictícia) ocorrida antes de dezembro de 1884 quando é inaugurada a linha ferroviária Rio Grande-Bagé. Ter ido de diligência seria uma decisão irracional. Como historiador Simões Lopes Neto tinha ciência dos referenciais de temporalidade no surgimento das tecnologias urbanas/rurais. 

COBERTORES DE MOSTARDAS (1896)

 

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2028

O Armazém por Atacado de Fernandes & Moreira estava instalado no Porto da cidade de Pelotas no ano de 1896. 

Atuavam com secos e molhados. Tinham um grande sortimento de coxonilhos, pelegos, enxergões e cobertores de Mostardas. Difícil não lembrar do conto "O Cobertorzinho de Mostardas" de Simões Lopes Neto. Os cobertores existiram e não foram apenas Casos do Romualdo!

A firma também comprava lã de ovelha; cabelo, couros e cinzas de gado.  

LOJAS EM PELOTAS (1896)

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2028
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896.

Duas empresas atuantes em Pelotas em 1896. 

"João Pereira & C". loja de correeiro e fábrica de sellins. No tempo em que o "equss cabalus" era o "automóvel", os cavalos eram essenciais para o deslocamento e um ramo comercial favorável para atuação. 

A "Alfaiateria Verdade" de José Verdade tinha completo e variado sortimento de fazendas, além de "roupas feitas". Na época, e por longo período, a preferência do consumidor é o trabalho manual feito por alfaiates e costureiras. Adquiria-se a fazenda, tirava-se às medidas e escolhia-se o molde ou estilo. Roupas impecavelmente sob medida. 

EMPRESAS DE PELOTAS (1896)

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2027

 Anúncio do Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896 mostram três empresas atuantes em Pelotas no final do século XIX. 

Trata-se do Atelier de Calçados Louzada, Cigarraria Americana e Pharmacia e Drogaria de Kaastrup & Filhos

CARRION & C. (1896)

 

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2023

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896 traz este anúncio da empresa Carrion & C. que atuava com despachos de importação e exportação. 

Eram agentes das principais casas do litoral e campanha. Desde 1885, atuavam em Pelotas, Bagé e Rio Grande. 

A BALA HISTÓRICA QUE MATOU ANDRADE NEVES




https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=1965
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896. 

 J. Arthur Montenegro assinou esta matéria que analisa o uso de ferro fundido nos armamentos dos paraguaios durante a Guerra da Tríplice Aliança

Faltou chumbo para os paraguaios produzirem projéteis para carabinas e canhões, sendo fundido ferro até de sinos das igrejas para produção de munição. O ferimento causado por projéteis de ferro normalmente eram fatais. 

A análise feita por Montenegro voltou-se a explicar a morte do do Brigadeiro Andrade Neves, o Barão do Triunfo, num combate no Paraguai. No dia 21 de dezembro de 1868 uma bala inimiga atingiu e quebrou o tornozelo e encravou-se nos ossos posteriores do pé direito de Andrade Neves. A ferida parecia ter sido produzida por uma bala de canhão (é o que os médicos consideraram) e a morte ocorreu em 9 de janeiro de 1869. Pouco antes de morrer, delirando de febre e imaginando estar comandando a cavalaria, teria dito: "Camaradas!... mais uma carga". 

Em 1873 os restos mortais já em Porto Alegre, foram transferidos para outro caixão e foi encontrado um pedaço de ferro fundido cujo diâmetro mede 17 milímetros e setenta e sete gramas de peso. 

Miguel de Oliveira Meireles recolheu este projétil e passou para Victor Rist que entregou para Arthur Montenegro. Cujo acervo foi doado por Montenegro para a Biblioteca Rio-Grandense. Porém, o projétil que matou Andrade Neves fazia parte da doação?

COMPANHIA VIAÇÃO RIO-GRANDENSE (1899)

Annuario do Estado do Rio Grande do Sul para o ano de 1899. https://play.google.com/books
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Ano de 1899!

A Companhia Viação Rio-Grandense é a proprietária dos bondes urbanos em Rio Grande, da Estrada de Ferro Rio Grande a Costa do Mar (Cassino) e administrava a Estação Balnear do Cassino. 

Na cidade, a linha de bondes tinha uma extensão de 12.770 metros.

LÍNGUA GUARANI

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896 publicou esta matéria com "Palavras guaranis". 

O autor Polycarpo Alvares da Cruz lamenta que os brasileiros tenham feito "pouco caso do idioma indígena" enquanto valorizaram, o francês e o inglês. 

Várias palavras em guarani são traduzidas para o português.  O guarani é falado por mais de 7 milhões de pessoas, especialmente no Paraguai, e no ano de 2006 se tornou a língua oficial do Mercosul. 

O DIABO À MEIA-NOITE

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896. 

Este relato escrito por J. Cardona da Estação de Piratiny (Cerrito) garantiu que fosse preservado um dos tantos causos contados nas rodas de conversa da Campanha/Pampa do Rio Grande do Sul. 

Histórias contadas à noite junto ao fogo, a partir de experiências ou invenções, buscando ocupar o tempo que faltava para o sono chegar. 

Certamente, o sobrenaturalismo é uma marca do ser humano e as aparições e criaturas macabras fazem parte do imaginário desde os registros da antiguidade mesopotâmica-egípcia, greco-romana, indiana, lendas orientais e... certamente, milhares de anos antes destes povos. Um exemplo seria os lugares mágico de ritualização onde são encontradas artes rupestres. 

Neste relato, de um acontecimento de 1875, ocorrido com um cavaleiro solitário saindo de um baile na Campanha para as bandas do Piratini, está palpitante a construção prévia de que ele passaria por um local considerado "assombrado". A imaginação começa a construir infindáveis cenários para interpretar sons e visões. O cavalo ajudou para montar um cenário de que algo "estranho" estava a frente e um turbilhão de sensações passam a povoar a mente. O cavaleiro não acreditava em lobisomem, mas, um fantasma branco com dois chifres e cauda era bem diferente. O capeta e o tinhoso tinha um lugar especial no imaginário, pois até os padres do deserto, no Antigo Egito, eram assolados pelos demônios e os vigários naquele presente distante do século XIX, não negavam a sua existência, até aquele momento... O que lembrasse o diabo numa noite escura, já era motivo para sobressalto, pois a sua existência estava registrada até no livro sagrado. 

O enfrentamento da assombração se deu com um tiro de pistola e a visão se converteu no zurrar do pobre burro branco do vizinho Antonio que estava bebendo água e observando a chegada do cavaleiro. 

A história acabou tendo um desfecho explicativo e racional, não pairando um epílogo sobrenatural e sinistro. Ficou o alerta para não deixar a imaginação aflorar sem freios frente a escuridão da noite e o peso dos medos em nossa cabeça.

domingo, 13 de outubro de 2024

UMA HISTÓRIA DE CORAGEM (1895)

 



https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=1883
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896.

Faço a leitura sem olhar o autor. E fui me surpreendendo com a "pegada" da narrativa. É agoniante e carrega para dentro do cenário de uma cirurgia. 

Continuei pensando: este escritor é muito bom. E realmente era: Olavo Bilac, que chegou a cursar Medicina mas não se formou. Terá sido uma lembrança real que ele transpôs para esta crônica?

ESTAÇÃO PIRATINI (1895)

 

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=1883
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896.

A Estação Piratini foi inaugurada em dezembro de 1884 e passou a ter destaque como um local procurado pelos usuários da linha ferroviária Rio Grande a Bagé, para veraneio junto ao Rio Piratini.

Neste texto de 1895, o local trata-se da atual cidade de Cerrito na época chamada de Estação Piratini. 

PEDRA DO SINO (CEARÁ)

https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=1864
Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1896.

Este relato publicado em 1896, trata da localidade cearense de Entre-Rios (antes Barra do Macaco) que na década de 1920 passou a se chamar Macaraú que é um Distrito do Município de Santa Quitéria

Herculano José Rodrigues escreve sobre uma lagoa que distava 6 km de Entre-Rios onde havia uma Pedra do Sino que emitia sons que lembravam "o sino de um campanário quando dobra a finados".  

Na base deste grande rochedo, existiam muitas gravuras "em caracteres de cores diferentes, rostos de criança, sino-samão, letras góticas e imensidades de desenhos, para mim desconhecidos". 

A descrição das gravuras remete a "arte rupestre" com mais de uma cor (mais comum era pictografia em preto, vermelho, branco etc), rostos de criança (talvez formas geométricas arredondadas na forma de balões como se fossem rostos), sino-samão (alguma gravura deve ter lembrado a estrela de seis pontas de Salomão), letras góticas (caracteres que lembrou o gótico). Portanto, esta rocha é um sítio arqueológico! 

Mesmo que não houvesse na base a arte rupestre, o fato de ser uma "Pedra do Sino" já evidencia a ocupação pré-histórica enquanto um local de ritualização. No Ceará há outros locais com Pedras do Sino. Trata-se de um bloco rochoso granítico com propriedade sônica especial onde foram feitas muitas pequenas incisões circulares na rocha. Ao bater (percussão) nestas incisões com outra rocha, osso ou madeira, obtém-se um som de timbre metálico (https://www.opiniaoce.com.br/rochas-encontradas-no-vale-do-jaguaribe-eram-utilizadas-para-emissao-de-sons-pelos-povos-pre-coloniais/)
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 O resultado era uma música ritual num lugar que deveria ter um caráter mágico e belo, como o texto de  Herculano destacou. Este autor que desconhecia a ocupação pré-histórica do local (que pode recuar a 2 ou 3 mil anos?), enfatizou o sobrenaturalismo das oralidades em seu tempo de vida: acontecimentos estranhos nas horas mortas da noite ali aconteciam...