Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sábado, 7 de dezembro de 2019

A BARRA E O CAIS DO PORTO VELHO

Cartão-postal com a construção dos Molhes e o trabalho de um Titan. Editado por Ricardo Strauch/Livraria Rio-Grandense. 


Ali o homem pode mais que a natureza; onde achou impotência e miséria ele fez nascer prosperidade
. Nicolau Dreys (1839).

Desde o início da colonização nas primeiras décadas do século XVIII, navegar pela Barra do Rio Grande representava um momento crítico do filme épico da fundação luso-brasileira no sul do Brasil. Os acidentes e naufrágios tornaram-se rotina. O longo trajeto de reivindicações e desafios para a população local resultou numa das mais importantes obras da engenharia mundial do início do século XX, onde trabalharam mais de quatro mil homens. Entre 1911 e 1915 foram construídos os dois molhes que garantiram um aumento substancial do calado no canal permitindo a entrada de grandes embarcações. A barra diabólica cedeu frente ao crescente otimismo burguês ligado à crença do domínio da tecnologia sobre a natureza. 
Paralelamente, as obras do Porto Novo estavam interligadas ao trabalho de aprofundamento da barra com a construção dos molhes. Vultosos recursos financeiros foram gastos para obter o calado esperado e a construção de um complexo portuário de grandes dimensões para a época. Com a entrada, em março de 1915, do navio-escola Benjamin Constant (calado de 6,3 metros), a barra do Rio Grande foi oficialmente inaugurada para a navegação. Iniciava-se uma nova etapa de abertura para o comércio marítimo num contexto local de inserção nos quadros do capitalismo industrial. 
As condições de navegação na Barra e de segurança do porto, objetivo perseguido desde a fixação das primeiras e rudimentares sinalizações do canal de acesso ainda nos tempos do Brigadeiro Silva Paes, finalmente colocavam o Porto do Rio Grande com um local seguro para a navegação mundial. Desde então, a maioria dos navios de maior calado ancorava junto ao Porto Novo reduzindo o intenso movimento no Porto Velho.

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