MIGUEL DE CASTRO MOREIRA

Guia Ilustrado Comercial, Industrial e Profissional da Cidade e Município do Rio Grande (1938).
Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.

 

O Engenheiro Civil Miguel de Castro Moreira teve destaque comercial com suas atividades profissionais no ramo da engenharia civil. 

Mas ele acabou fazendo parte de outra história: da administração pública municipal. Foi Prefeito de Rio Grande entre 1948-1950 e foi empossado Deputado Estadual entre 1951-1955. 

Neste anúncio, ainda estamos em 1938. 

GRANDE HOTEL DE PELOTAS

https://wp.ufpel.edu.br/memoriagraficadepelotas/files/2022/02/almanaque1931.pdf

 

O Grande Hotel foi inaugurado em abril de 1928, no entorno da Praça Coronel Pedro Osório (então chamada de Praça da República), no centro de Pelotas. Naquele espaço, antes do início da construção em 1925, funcionava o Cinema Politeama. 

 Aliava a modernidade na prestação de serviços com a sofisticação tornando-se uma referência de sociabilidade da elite pelotense com a realização de bailes e festas de gala. 

Foi constituída em 1921 a Companhia Grande Hotel de Pelotas. O poder público municipalizou o hotel em 1928 e realizava o arrendamento para a administração de particulares. O sr. Motoni do Hotel Paris (Rio Grande) chegou a demonstrar interesse em assumir o arrendamento.   

Neste anúncio do ano de 1931 do Almanaque de Pelotas, o primeiro arrendatário era Caetano Bianchi (de Porto Alegre) e assim se manteve até 1940, quando assumiu Zabaletta & Cia perdurando até 1962. Pedro Zabaletta comprou o prédio neste ano e em 2002, a prefeitura adquiriu o imóvel encerrando a funcionalidade de hotelaria. A Prefeitura de Pelotas doou para a UFPEL em 2011. 

Seu estilo arquitetônico é o eclético, está sendo restaurado desde 2019 e terá 25 quartos para hospedagem. Também será um hotel escola e sede do curso de Hotelaria, além de salas de aulas para outros cursos da UFPEL. 

Quando for reinaugurado, aos visitantes, estará disponível dois restaurantes e uma cafeteria. Será um ótimo pretexto para conhecer este prédio histórico que ostenta uma cúpula de ferro vinda da França. 

Grande Hotel visto dos arredores do chafariz francês das Nereidas. Ano de 1929. Acervo: https://www.bvcolecionismo.lel.br/

LIVRARIA AMERICANA EM 1916

Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1916. http://memoria.bn.br

 

A Livraria Americana, no ano de 1916, divulgava em seu Almanak os serviços prestados por esta "Casa editora importadora e exportadora com oficinas de tipografia e impressão, encadernação, pautação e grande fábrica de livros em branco". 

A Casa foi fundada em Pelotas em 1875, com filial em Porto Alegre (1879), mas o anúncio de 1916 traz apenas o endereço da Livraria Americana em Rio Grande. 

UM DIA DE SOL - 29 DE MAIO

 Imagens deste ensolarado dia 29 de maio em que a Lagoa dos Patos se manteve alguns centímetros abaixo do transbordamento. 

Destaco a necessidade das pessoas evitarem tocar na água sem proteção e lavar bem o corpo no caso de contato. Muito material biológico e químico pode estar presente. Constatei ao fotografar uma tartaruga (Trachemys dorbigni) -que se debatia em busca de abrigo junto ao cais-, que um material em suspensão boiava em sua volta. Pode ou não fazer parte da mancha de sedimentos que se deslocou do Guaíba.  

Lamentei não ter um passagua para ter resgatado a tartaruga e encaminhado para a Polícia Ambiental (PATRAM). A correnteza, a falta de local para descanso e a água poluída não deve ser nada saudável. O impacto na fauna que vive na Lagoa dos Patos exigirá monitoramento. 

Um dia de cada vez. Hoje é apreciar as visões de um cotidiano que começa (tenhamos paciência) a se reestruturar lentamente. 

Fotografias: Luiz Henrique Torres, 29-05-2024, 16-16h30.

 

Fundos da Biblioteca Rio-Grandense.

Vista em direção ao Porto Velho. 

Perfil de São José do Norte. 

Água abaixo da linha dos Cais. 

Outra vista de São José do Norte. 

Água que ficou parada na Rua Francisco Campello.

Cais do CCMar. 

Vista do Rincão da Cebola que foi muito atingido pela enchente. 

Espaço portuário histórico da cidade do Rio Grande. Ocupação que recua ao século XVIII. 

No Rincão da Cebola se observa que a Lagoa não está superando a linha do Cais. 

Distância da água da cota de inundação. 

Em direção ao Porto Velho. 

O sol em movimento ao poente tendo a Ilha dos Marinheiros ao fundo. 

Cais da banca de venda de pescado. 

Ao fundo a Ilha dos Marinheiros. A agonia das Ilhas será ainda mais longa. Em especial a Ilha da Torotama que em 1941 ficou durante 40 dias com uma lâmina de água. 

Quiosques instalados no fundo do Mercado Público sobreviveram a enchente. A marca da inundação está registrada no vidro. 

Guindaste no Cais do Porto Velho. 

Intenso movimento da massa de água. Se contribui na vazante é ótimo. 

Águas turbulentas. 

Prédio da Alfândega com sua Rua Riachuelo num dia não alagado. 

Vista do Mercado Público. Uma nuvem "estranha" no horizonte.

Vista das pessoas utilizando a passarela construída pela EBR para acesso a lancha para São José do Norte. 

Ao fundo um dos armazéns do Porto Velho. 

Vista do Cais a partir da frente do prédio da Alfândega. 

Passarela de acesso as lanchas para São José do Norte. Neste dia 29 foi possível funcionar o transporte. 

Vista da Rua Riachuelo. 

DIA 29 DE MAIO DE 2024

Um dia para comemorar! 

A água teve uma sensível queda no Cais do Mercado, Porto Velho e Rincão da Cebola. Entre 8 a 10 cm abaixo da linha do cais. 

É um dia de cada vez. Muitos dias para lamentar e hoje foi um raro dia de maio com um belo sol e parte do entorno da área central sem inundação.   

Fotografias: Luiz Henrique Torres, 29-05-2024, 16h. 

Panorâmica do Cais do Porto Velho até o Mercado Público.  

A Lagoa dos Patos estava bastante agitada formando redemoinhos. 

Cais da banca de venda de pescado. 

Ao fundo a Ilha da Pólvora. 

MANCHA DE SEDIMENTOS NA LAGOA DOS PATOS

Conforme o Laboratório de Oceanografia Dinâmica por Satélites (LODS-FURG) a mancha de sedimentos chegou a Rio Grande no dia 23 e no dia 26 foi possível uma imagem realizada pelo satélite Sentinel-3. Os sedimentos estão cobrindo basicamente toda a extensão da Lagoa dos Patos (não toda a largura) e atuarão por longo período no Estuário da Lagoa dos Patos. 

O alerta aumenta para a população que deve, dentro do possível, evitar o contato com estes detritos (resíduos químicos e biológicos). Veremos o que irá impactar no calado do espaço portuário em Rio Grande e os efeitos na Praia do Cassino (depósito de lama/sedimentos).  

https://www.instagram.com/p/C7cXRqKJqsU/

https://www.instagram.com/p/C7cXRqKJqsU/

 

A ENCHENTE NO DIA 28 DE MAIO

 Algumas fotografias realizadas no Cais ou Doca do Mercado Público da cidade do Rio Grande neste dia 28 de maio. 

Nesta tarde a água estava numa cota mais baixa. Na madrugada havia subido. Ou seja, ocorrem avanços e recuos. Baixar da cota de inundação ainda vai demorar mais um pouco devido ao descomunal volume que ainda vai chegar para descarga pela Barra do Rio Grande no Oceano.  

Nestas fotografias, foi possível observar o cenário com alguns pontos secos e outros com uma lâmina de 10 a 30 centímetros de água.  

Acervo: Luiz Henrique Torres. 

UM SUTIL ALÍVIO

 

Hoje, 28 de maio, foi possível cruzar pelo interior do Mercado Público e acessar parte do calçamento próximo ao cais com os pés secos. 

Desta porta, por mais de 260 anos, é possível observar o nível da Lagoa dos Patos. Algumas enchentes ou ciclones, fizeram a linha do Cais do Mercado ser superado pelas águas. Foram poucas vezes e as mais marcantes pela cota e duração foram 1941 e 2024. 

Olhando pela porta a impressão é que estamos diante de um Oceano. O "Mar de Dentro".

Fotografias: Luiz Henrique Torres, 28 de maio de 2024, 14h45. 

Eu e Henrique saudamos este sutil alívio (teremos novos avanços das águas), mas em breve se tornará duradouro. As águas ainda continuarão  com avanços e recuos, mas a tendência será  a estabilização do nível dentro de uma semana ou duas. Um pouco de sol e a chuva cessando por alguns dias já permitem esboçar o otimismo de que esta enchente vá se tornando histórica e não historicidade do tempo presente.

Baixando às águas iniciará a reconstrução material e mental. O retorno dos referenciais da vida cotidiana.   

 

BOLETIM EVENTOS EXTREMOS - 28 DE MAIO

 Boletim do Comitê de Eventos Extremos da Furg n. 17, do dia 28 de maio de 2024. Pode ser acessado no endereço: https://www.furg.br/noticias/noticias-institucional/boletim-de-numero-17-traz-resultados-de-nova-simulacao-do-comportamento-do-estuario