Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sábado, 28 de setembro de 2024

RAMAL RIO GRANDE À COSTA DO MAR (1910)

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf

 No Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910 temos uma visão do horário, estações, distâncias da Linha Ferroviária Rio Grande a Bagé. 

Abaixo da tabela observamos o Ramal do Rio Grande à Costa do Mar, o Balneário Cassino/Vila Sequeira

 os veranistas ou moradores do Balneário Cassino que estavam em deslocamento, era possível descer do trem que vinha de Bagé e pegar o trem que ligava Rio Grande até a Costa do Mar. A estação desta conexão era a Junção. Dali seguia para as estações Vieira, Senandes, Bolacha e Vila Sequeira (última estação). O último trecho era uma pequena composição puxada por burros pela Avenida Rio Grande (percurso de 800 metros) até as proximidades do Restaurante dos Dois Bicos, próximo a beira-mar.  

O HINO DA REPÚBLICA RIO-GRANDENSE

 

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910. 
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf

Alfredo Ferreira Rodrigues retoma a polêmica sobre às raízes históricas do Hino da República Rio-Grandense

O historiador reproduz a letra do Capitão Serafim José de Alencastro com música do maestro Joaquim de Mendanha.

 Com base na música de Mendanha, Francisco Pinto da Fontoura teria escrito a letra do atual Hino Rio-Grandense. Há outra versão da letra publicada no jornal farroupilha O Povo em 1839. Para Alfredo Ferreira Rodrigues este seria o Hino oficial dos Farroupilhas. 

Ainda segundo Rodrigues, Francisco de Paula Chaves Campello (que foi Vice-Intendente em Rio Grande), conhecia o hino que era tocado por seu pai o capitão farroupilha Manoel dos Santos Campello. Para Francisco Campello, a música de Mendanha teria sido adaptada de uma valsa de Strauss (o velho) que ele ouviu num teatro da Europa. O capitão Campello teria confirmado que Mendanha adaptou a música a partir de uma valsa.  

Alfredo Ferreira Rodrigues era um rigoroso observador do cotidiano e pesquisador documental. No mínimo levantou hipóteses a serem investigadas: qual foi a valsa de Strauss que foi plagiada? Se realmente foi?

LINHA SANTA MARIA A SANT'ANA (1917)

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul do ano de 1917 destaca a Linha Ferroviária Santa Maria a Sant'Anna

É exatamente o que vocês estão pensando... Sant'Anna é o município de Santana do Livramento na fronteira com Rivera no Uruguai. 

São 10 estações e um entroncamento numa distância de 280 quilômetros. Este entroncamento ficava alguns quilômetros depois de Cacequi e tomava a direção de Rosário do Sul. A última estação antes de Santana do Livramento era Palomas, onde no presente, está funcionando o Trem do Pampa

LINHA FERROVIÁRIA SANTA MARIA A URUGUAIANA

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

A Linha Ferroviária Santa Maria a Uruguaiana (inaugurado em 1907) tinha uma extensão de 374 quilômetros e 23 estações. 

O trem partia de Santa Maria às 8 horas da manhã e chegava a Uruguaiana às 21h10. 

Estes dados foram publicados no Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917. O objetivo deste Almanak era trazer informações essenciais para os passageiros que utilizavam trem, diligência ou embarcações. Além de muitas informações para facilitar o cotidiano, eram publicadas matérias estatísticas, literárias, históricas, charadas, anúncios comerciais, sugestões para práticas agrícolas e pecuárias etc.   

TREM DE SANTA MARIA A PORTO ALEGRE

 

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

No distante ano de 1917, estas são as informações para quem utilizava o serviço de trem entre Santa Maria até Porto Alegre

Eram 31 estações em que o trem fazia paradas. A partida de Santa Maria ocorria às 6 horas da manhã e a chegada em Porto Alegre era às 19h30 da noite. Treze horas e trinta minutos de viagem (se não ocorressem atrasos). Eram tantas voltas que a distância total chegava a 389 quilômetros. 

 Atualmente, por via rodoviária, a distância é de 291 quilômetros e, de automóvel, tem a duração de pouco mais de quatro horas. De ônibus são 4h50 e de avião, 50 minutos de voo. 

ENFORCAMENTOS EM PELOTAS

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

No Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917, João Simões Lopes Netto escreveu uma matéria sobre as execuções por enforcamento na cidade de Pelotas. 

Ele relata alguns casos, com semelhanças a execuções ocorridas em Rio Grande, evidenciando que a forca era uma forma de punição que quase sempre recaia nos escravos. Deixando claro que homens livres brancos também poderiam, e receberam no Brasil, a pena de morte na forca. 

A socialização das execuções, quando os moradores da cidade eram basicamente convocados a assistir ao enforcamento e, ainda levar os seus escravos para o ritual, tinha o papel pedagógico de evidenciar a pena capital recebida pelos infratores das normas sociais. 

A última execução por enforcamento ocorreu em Pilar, Alagoas, em 1876. 

PASSAPORTE DE 1859

https://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=22684364

 Documento emitido pela Polícia do Rio Grande em 24 de novembro de 1859. 

Trata-se um passaporte válido por 60 dias e concedido a um negociante súdito da Itália, Ricardo Viscolli, que estava com destino a Montevidéo. Conforme o passaporte, Ricardo tinha 28 anos, cor clara, 1m62 de altura, cabelo curto, olhos pardos, pouca barba e rosto comprido. 

FRANCISCO CAMPELLO E SILVA PAES

 



Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf


A repetição da palavra "Considerando" foi para argumentar dos motivos para alterar o nome da Rua Francisco Campello para o nome Rua Brigadeiro Silva Paes em 18 de julho de 1914. 

As justificativas se prendem a que o então Vice-Intendente Municipal Francisco de Paula Chaves Campello, foi homenageado no ano de 1888, sendo dado o seu nome a rua Francisco Campello. Ele argumenta, coerentemente, que as ruas deveriam ser denominadas com o nome de pessoas já falecidas e não com os vivos que não completaram o seu ciclo de ação, podendo a sociedade desmerecer a sua trajetória antes do seu passamento. Ou seja, isto impediria pressões políticas em vida por parte do interessado em ter o seu nome perpetuado em espaço público. 

Este Ato da Intendência do Rio Grande passou a denominar aquele logradouro de Brigadeiro Silva Paes. Porém, em 1937, nos festejos do Bicentenário de Fundação do Rio Grande, ocorreu outra alteração: a Rua Brigadeiro Silva Paes mudou para o local atual e passou a se chamar Avenida Silva Paes. E a rua voltou a se chamar Francisco Campello, que falecera dez anos antes, em 1927. E o nome permanece até o presente. 

Em tempo: acabei de ver uma fotografia vendida num leilão que encerrou a pouco. É um precioso registro de Francisco de Paula Chaves Campello (Pelotas, 1848 - Rio de Janeiro, 1927) realizado pelo fotógrafo espanhol Juan Gutierrez de Padilla (1860-1897). A Companhia Photographica Brazileira foi criada em 29 de setembro de 1890. Em 1 de janeiro de 1892 esta Companhia se estabeleceu no endereço Rua Gonçalves Dias n.40 e em 17 de junho a Companhia foi dissolvida. Como a fotografia de Francisco Campello tem em seu verso este endereço e o logo desta Companhia, a hipotética datação é de que Campello esteve no Rio de Janeiro entre janeiro e junho de 1892, quando realizou a fotografia. Com direito a assinatura e a provável idade de 44 anos. 

Esta tentativa de datação não seria possível sem os dados levantados pela Biblioteca Nacional no endereço https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=5398. 

https://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=21798873

https://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=21798873


sexta-feira, 27 de setembro de 2024

NAVEGAÇÃO ENTRE PORTO ALEGRE A ESTRELA

 

https://memoria.bn.gov.br

Annuario da Província do Rio Grande do Sul para o ano de 1885. 

Navegação entre Porto Alegre e Santo Antonio da Estrella era realizada pelo vapor O Guarany

Antes das estradas de rodagem, a navegação fluvial era essencial para o deslocamento de passageiros e cargas. E Porto Alegre é o epicentro econômico onde se instalaram empresas responsáveis pela circulação da produção colonial. 

O Porto de Estrela fica no Rio Taquari e, em 1885, a atual cidade de Lajeado ainda era um distrito de Estrela, desmembrando-se em 1891. Estas duas cidades ficavam muito próximas e foram muito impactadas na Grande Enchente de 2024

DIVISÃO ECLESIÁSTICA EM 1922

http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf


 Mapa com a Divisão Eclesiástica no ano de 1922 conforme o Anuário Estatístico do Rio Grande do Sul. 

O município do Rio Grande estava inserido no Bispado de Pelotas cuja Diocese foi criada em 15 de agosto de 1910. 

REGIÕES POLICIAIS EM 1922


http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf


http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf


O Anuário Estatístico do Rio Grande do Sul ano de 1922 calcula para o estado uma população de 2.097.500. 

O Rio Grande do Sul estava dividido em três Regiões Policiais: a I Região com sede em Porto Alegre; a II Região com sede em Santa Maria e a III Região com sede em Rio Grande (cor amarela no mapa). 

A relação dos municípios subordinados as respectivas sedes, pode ser observada na tabela acima. 

RIO GRANDE NO SÉCULO XVIII

 

https://play.google.com/books

Esta Chronica Rio-Grandense foi publicada no Annuario do Estado do Rio Grande do Sul para o ano de 1894

Trata do período administrativo dos comandantes militares, governadores e capitães-gerais. 

A primeira data de referência é dia 19 de fevereiro de 1737 com o desembarque do Sargento-Mor e depois Brigadeiro José da Silva Paes e a fundação do presídio de Rio Grande. Silva Paes foi o primeiro administrador a comandar a Comandância Militar do Rio Grande. 

Nesta cronologia também é feita referência aos atos sacramentais na capela que ficava no interior do Forte Jesus-Maria-José. Este foi o primeiro templo religioso da atual cidade. 

CIDADE DE JAGUARÃO (1855)

Anuário Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1922. http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf

 No dia 23 de novembro de 1855, em plena vigência da epidemia de cólera morbus, a Vila de Jaguarão foi elevada a categoria de Cidade de Jaguarão

Assinou a Lei o Barão de Muritiba no "Palácio do Governo na Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre".  

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ALMANAK LITERÁRIO E ESTATÍSTICO DO RS EM 1917

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

Capa do Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul do ano de 1917. 

Este é o número 29 de uma publicação anual. Infelizmente, foi o último exemplar a circular. 

Desde o início foi organizado por Alfredo Ferreira Rodrigues e editado pela Livraria Americana, o Almanak deixou um material para pesquisa constituído por mais de dez mil páginas. Já tive oportunidade de folhear todas as páginas desde o número 1 e os temas despertam múltiplos interesses para investigação. 

Nesta edição de 1917, o próprio editor explicita alguns temas trabalhados na obra: 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf


ALFREDO FERREIRA RODRIGUES E O IHGB

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1897.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

 Este é um registro relevante para historiografia da cidade do Rio Grande e do Rio Grande do Sul. 

Alfredo Ferreira Rodrigues, natural do Povo Novo em Rio Grande, em reunião do dia 30 de agosto de 1896, se tornou sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, instituição criada em 1838. 

Alfredo Ferreira Rodrigues muito produziu sobre a formação histórica do Rio Grande do Sul e foram citados dois de seus trabalhos: O Presídio do Rio Grande (tratando dos primórdios da ocupação da Barra do Rio Grande por José da Silva Paes) e Os hespanhoes no Rio Grande (a invasão espanhola da Vila do Rio Grande entre 1763-1776). 

O autor, responsável pelo Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul, elaborou muitas biografias e variada produção no campo da história e cultura regional e de temáticas relativas a Revolução Farroupilha.