Cartão-postal com a construção dos Molhes e o trabalho de um Titan. Editado por Ricardo Strauch/Livraria Rio-Grandense. |
Ali o homem pode mais que a natureza; onde achou impotência e miséria ele fez nascer prosperidade. Nicolau Dreys (1839).
Desde o
início da colonização nas primeiras décadas do século XVIII, navegar pela Barra
do Rio Grande representava um momento crítico do filme épico da fundação
luso-brasileira no sul do Brasil. Os acidentes e naufrágios tornaram-se rotina.
O longo trajeto de reivindicações e desafios para a população local resultou
numa das mais importantes obras da engenharia mundial do início do século XX,
onde trabalharam mais de quatro mil homens. Entre 1911 e 1915 foram construídos
os dois molhes que garantiram um aumento substancial do calado no canal permitindo
a entrada de grandes embarcações. A barra diabólica cedeu frente ao crescente
otimismo burguês ligado à crença do domínio da tecnologia sobre a natureza.
Paralelamente, as obras do Porto Novo estavam interligadas ao trabalho de
aprofundamento da barra com a construção dos molhes. Vultosos recursos
financeiros foram gastos para obter o calado esperado e a construção de um
complexo portuário de grandes dimensões para a época. Com a entrada, em março
de 1915, do navio-escola Benjamin Constant (calado de 6,3 metros), a barra do
Rio Grande foi oficialmente inaugurada para a navegação. Iniciava-se uma nova
etapa de abertura para o comércio marítimo num contexto local de inserção nos
quadros do capitalismo industrial.
As condições de navegação na Barra e de
segurança do porto, objetivo perseguido desde a fixação das primeiras e
rudimentares sinalizações do canal de acesso ainda nos tempos do Brigadeiro
Silva Paes, finalmente colocavam o Porto do Rio Grande com um local seguro para
a navegação mundial. Desde então, a maioria dos navios de maior calado ancorava
junto ao Porto Novo reduzindo o intenso movimento no Porto Velho.
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