Porto do Rio Grande em 1908

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

TAMANDARÉ E SUAS CONVICÇÕES

Tamandaré com um de seus netos na década de 1880. 

         A mudança na forma de governo brasileira promovida em 1889 representaria mais um momento de inflexão na história nacional. A Família Imperial viria a sofrer com o exílio determinado pelos novos detentores do poder. Diante da premência de dirigir-se à embarcação para deixar o território brasileiro, o único que declarou que acompanharia o Imperador e sua família até a bordo foi o Almirante Tamandaré. Esse ato bem demonstra a atitude de Marques Lisboa diante dos acontecimentos pós-15 de Novembro, mantendo-se fiel à Monarquia até a sua morte, embora alguns representantes da imprensa tenham chegado a sugerir o contrário, o que o próprio Tamandaré desmentiria com veemência. 
        Nos últimos tempos de sua existência, estava agastado o Marquês de Tamandaré. “A queda do trono, o exílio e a morte do Imperador e da Imperatriz, o eco dos últimos acontecimentos da Revolta da Armada” teriam trazido certas amarguras e uma certa “melancolia. À época de seu falecimento, o Brasil ainda vivia conturbações, atravessando “dias dos mais agitados da sua vida política, resultantes dos acontecimentos de Canudos”. Assim, “houve um certo e geral receio de que o caixão em que foi colocado fosse coberto, no trajeto, pela bandeira do Império, ao qual tão longamente servira e como era seu desejo que o transportassem à última morada”, de modo que “ela foi cuidadosamente dobrada e colocada em um dos lados do ataúde”. A ação do Almirante, no entanto, não se esvaeceria no tempo, ficando demarcada na memória coletiva nacional.

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