Cartão-postal com Tamandaré. Coleção José Ramos Tinhorão. Instituto Moreira Salles. |
Joaquim Marques Lisboa, já afastado da vida
pública, preparou seu testamento em 1893. A simplicidade e a fidelidade às suas
convicções ficaram muito bem expressas na vontade testamental de Tamandaré, que
determinou: Não havendo a Nação Brasileira prestado honras fúnebres de espécie
alguma por ocasião do falecimento do Imperador, Sr. Pedro II, o mais distinto
filho desta terra, (...) creio que a nenhum homem de seu tempo se poderá
prestar honras de tal natureza (...). Não quero, pois, que por minha morte se
me prestem honras militares, tanto em casa como em acompanhamento para a
sepultura. Além disto, exigia o Almirante vestes, caixão e adornos os mais
simples, a ausência de anúncios ou convites, que seu corpo fosse conduzido por
libertos e numa “carrocinha de última classe”, bem como o enterro fosse em
sepultura rasa, até que seus restos mortais viessem a ser deslocados para o
jazigo familiar. Finalmente, demonstrando a presença marcante da vocação a qual
dedicara sua existência, já nos estertores, manifestava o desejo final: - Como
homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à
minha Pátria e prestar alguns serviços à Humanidade, peço que sobre a pedra que
cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro. Pouco tempo
depois, a 20 de março de 1897, falecia no Rio de Janeiro.
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