Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

O TESTAMENTO E A MORTE

Cartão-postal com Tamandaré. Coleção José Ramos Tinhorão. Instituto Moreira Salles. 

Joaquim Marques Lisboa, já afastado da vida pública, preparou seu testamento em 1893. A simplicidade e a fidelidade às suas convicções ficaram muito bem expressas na vontade testamental de Tamandaré, que determinou: Não havendo a Nação Brasileira prestado honras fúnebres de espécie alguma por ocasião do falecimento do Imperador, Sr. Pedro II, o mais distinto filho desta terra, (...) creio que a nenhum homem de seu tempo se poderá prestar honras de tal natureza (...). Não quero, pois, que por minha morte se me prestem honras militares, tanto em casa como em acompanhamento para a sepultura. Além disto, exigia o Almirante vestes, caixão e adornos os mais simples, a ausência de anúncios ou convites, que seu corpo fosse conduzido por libertos e numa “carrocinha de última classe”, bem como o enterro fosse em sepultura rasa, até que seus restos mortais viessem a ser deslocados para o jazigo familiar. Finalmente, demonstrando a presença marcante da vocação a qual dedicara sua existência, já nos estertores, manifestava o desejo final: - Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha Pátria e prestar alguns serviços à Humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro. Pouco tempo depois, a 20 de março de 1897, falecia no Rio de Janeiro.

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