A falta de medicamentos, sendo o mais usado o quinino, fez com que outros remédios fossem consumidos como a codeína, terpina, benzoato de sódio, esparteína, digitalina, essência de canela e inúmeros purgativos.
“...quinino! Não adiantava procurar que não tinha, sumiu da praça. Diziam que o governo estava distribuindo, mas ninguém via nem cheiro de quinino (...) quando aparecia, o preço do infalível quinino era absurdo; chegou a custar 10.000 réis. Usava-se muito clister de café e essência de canela. Foi aí que começaram a aparecer um bando de remédios que ninguém tinha ouvido falar, prometendo cura rápida. Muita gente ganhou dinheiro com a gripe...” (Entrevista de Virginia Mota Freire que vivenciou os dias da gripe no Rio de Janeiro. In: GOULART, Adriana. Um cenário mefistofélico: gripe espanhola no Rio de Janeiro. 2003).
Os laboratórios abusaram da propaganda vendendo produtos inócuos que supostamente curariam a enfermidade. Outros anunciantes de produtos e serviços acabavam manipulando a desgraça e o medo popular para ganhar dinheiro. É o caso até de aumentar as vendas de uma marca de saudável cigarro com o slogan “nada de pânico: fumem Sudan!” (BERTUCCI, Liane Maria. No delírio da febre. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, n.16, janeiro 2007).
Nenhum comentário:
Postar um comentário