Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 10 de abril de 2020

GRIPE ESPANHOLA EM RIO GRANDE

A Gripe se manifestou com muita força no Rio de Janeiro e subiu o morro para fazer vítimas.
Careta, 9 de novembro de 1918.
Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 

      Pesquisas se voltaram a desvelar a atuação da Gripe Espanhola em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belo Horizonte, Manaus, Goiás, Sorocaba, Porto Alegre, Pelotas entre outras localidades.

       O recorte que será feito nas próximas páginas é a cidade do Rio Grande no extremo sul do Brasil, espaço portuário que deu início ao processo industrial de grande porte no Rio Grande do Sul. É pelo Porto Velho do Rio Grande que o vírus entrou no Estado do Rio Grande do Sul e se difundiu pela Lagoa dos Patos, Lagoa Mirim e rios da Bacia do Atlântico, posteriormente, tendo ampla circulação estadual.

       Nas vésperas da epidemia, o discurso oficial do governo estadual apresentava o estado sanitário do Rio Grande do Sul como satisfatório buscando minimizar as precárias condições médico-higienista. Porém, o relatório do Dr. Euclides de Castro Carvalho da Diretoria de Higiene do RS registrou: “...não podemos ocultar que dia a dia aumentam as cifras da letalidade infantil tanto em Porto Alegre como em outras cidades do Estado. (...) É uma dolorosa evidência verificarmos que na cidade de Rio Grande o obituário infantil atinge o máximo limite conhecido em todo o mundo”.

     Até completarem dois anos de idade, metade das crianças faleciam no município, evidenciando as precárias condições alimentares, de infra-estrutura e de higiene. Com a gripe desembarcando na cidade a situação de miséria endêmica assumiria um contorno de extrema gravidade. 


Cartão-postal do Porto Velho em 1912. 

     E o vírus estava desembarcando no Porto Velho na primeira quinzena de outubro...

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