Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O FORTE DO ARROIO


In: RANGEL, José Correia. Defesa da Ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro" (1786).
Planta do Forte do Arroyo, concertado, e accrescentado, com hua estrada coberta, conforme o prejecto do Marechal Funk, e a execução do Cap.m Montanha. No anno de 1777 In:  BÖHM, João Henrique de. Memoires relatifs, a l'Expedition au Rio Grande de laquelle je fus charge par le Roi Dom Ioze Iº depuis le Decembre de 1774 jusqu a sa fin al an d 79 avec mes Lettres ecrites au Marquis de Lavradio Vice Roi du Bresil. Post. 1779. 
         O site fortalezas.org apresenta um amplo material sobre fortificações no Brasil. Também estão contempladas as estruturas militares construídas por portugueses e espanhóis junto à Barra do Rio Grande: em São José do Norte e em Rio Grande.
       O material a seguir foi reproduzido do endereço:   http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=818
“O Forte de Arroio foi estabelecido por José da Silva Paes, em 1737, para proteger a Vila de Rio Grande por terra. O forte foi ampliado sob domínio espanhol, quando recebeu a denominação de São João Batista da Guarda do Arroio. Nesta época foi seu comandante espanhol o Tenente Paulo Desfile. O Comandante de Artilharia, em Rio Grande, era o Tenente-Coronel Francisco Bethezebé, ajudado pelo Tenente-Coronel Antônio Monier (BENTO, 1996:295-295).
No entanto, em 1º de abril de 1776, o forte já pertencia novamente à Coroa portuguesa, juntamente com as demais fortificações localizadas na margem esquerda (ou margem norte) do canal da Barra, na ocasião em que as fortificações da margem direita (sul) foram conquistadas aos espanhóis, juntamente com a Vila de São Pedro (que esteve de posse espanhola desde a invasão de1763).
O Tenente-General João Henrique Böhn[1] tornou o Forte do Arroio centro de gravidade da defesa do Rio Grande, que estava sob ameaça do espanhol Cevallos, após a reconquista portuguesa de Rio Grande (1776). O Forte do Arroio defendia à Vila do Rio Grande por terra sobre as direções estratégicas vindas do Arroio Chuí e de Canguçu, ponto obrigatório de passagem para quem viesse do Rio Camaquã desde Rio Pardo e Santa Tecla. Ali, Böhn resolveu concentrar toda a Infantaria (BENTO, 1996: 290).
Esta fortificação está relacionada também pelo Coronel Rêgo Monteiro como integrante das defesas de Rio Grande em 1777 (GARRIDO[2], 1940:149). Aparece ainda identificada no mapa publicado pelo Visconde de Porto Seguro (Planta do Rio Grande do Sul e das posições das tropas beligerantes antes da vitória alcançada no dia 1º de abril de 1776, Tomo quarto, página 250 da História Geral do Brasil, 3ª edição) onde consta “Forte e Guardas do Arroyo”, sendo identificada nesta época como uma posição portuguesa.
Outra iconografia mostra planta e perfil do forte, em 1777, quando foi “consertado e acrescentado com uma estrada coberta, conforme o projeto do Marechal Funck, e a execução do Capitão Montanha”, desenho publicado nas memórias do General Böhn. Interessante notar a existência de fosso, contra-escarpa, estrada coberta e glacis, repertório pouco utilizado nas fortificações do sul do Brasil. 
No entanto, as mais detalhadas informações sobre essa fortificação estão no levantamento de Correia Rangel, de 1786, juntamente com outras fortificações existentes naquela Barra (RANGEL, 1786: 37).  Em seu mapa, junto ao Forte, Rangel localiza ainda o "Campo do Arroyo em que estiveram abarracados no tempo da guerra os treze Regimentos da Europa, Moura, Chimorro e Bragança".
Rangel também apresenta a planta e elevação do Forte, uma fortificação abaluartada, informando ainda que, à época, possuía quatro canhões de bronze de calibre 6 libras e quatro canhões de ferro, sendo três deles de calibre 12 lb e um de calibre 3 lb (RANGEL, 1786: 52-53).


[1] BÖHM, João Henrique de. Memoires relatifs, a l'Expedition au Rio Grande de laquelle je fus charge par le Roi Dom Ioze Iº depuis le Decembre de 1774 jusqu a sa fin al an d 79 avec mes Lettres ecrites au Marquis de Lavradio Vice Roi du Bresil. Post. 1779.
[2] GARRIDO, Carlos Miguez. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.

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