Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

quinta-feira, 13 de julho de 2017

A BOLA DE FOGO


No dia 30 de julho de 2015, às 21h05 uma bola de fogo de coloração esverdeada cruzou o céu do município do Rio Grande e adentrou em direção ao Oceano na visão de quem estava na praia do Cassino. Ampliando a dimensão do raro fenômeno, a bola de fogo também foi visível em várias cidades do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina, continuando seu percurso em direção ao Oceano Atlântico. Era véspera da Lua Azul, a segunda lua cheia ocorrida no mesmo mês, que permitiu um espetáculo visual na noite do dia 31 de julho.
O que de fato foi o fenômeno da bola de fogo? Poderia ser a reentrada na atmosfera de lixo espacial (restos de satélites etc), mas não havia previsão para esta data e horário. Disco voador projetando intensa luz verde também não será levado em consideração! Algumas hipóteses científicas foram levantadas por astrônomos e especialistas.
Uma possível explicação foi proposta pelo site apollo11 que relacionou a ocorrência com uma rocha espacial que cruzou a órbita da Terra: “Para o especialista em reentradas atmosféricas, Carlos Augusto Di Pietro, ligado à Rede Brasileira de Observadores de Meteoros, BRAMON, o que se viu no céu nesta quinta-feira foi provavelmente um "Earthgrazer", um asteróide que raspa quase que horizontalmente a atmosfera da Terra e segue seu rumo em torno do Sol. ‘Eu estou considerando este bólido como um espetacular Earthgrazer", disse Di Pietro. "Acho que esse é ainda mais belo que o grande fireball de 1972, até agora maior clássico dos earthgrazers, se referindo a um grande meteoróide que em 10 de agosto de 1972 passou a apenas 57 km da Terra e pode ser observado durante o dia em várias cidades dos EUA e Canadá”. Enquanto os asteróides (a maioria passa a milhões de quilômetros de distância) podem passar a centenas de quilômetros de altitude ou excepcionalmente se chocar com a Terra, um Earthgrazer passa muito perto ou penetra a atmosfera por um curto período de tempo, mas seguem sua orbita ao redor do Sol. “Quando um Earthgrazer penetra a atmosfera, aquece até a incandescência, dando início ao processo de ruptura parcial que pode produzir alguns fragmentos que atingem a superfície na forma de meteoritos”.
Para o site da BBC outras hipóteses são lançadas: “Provavelmente é um fragmento de cometa de tamanho maior do que o normal, que se incendiou durante sua descida pela atmosfera da Terra”, disse à BBC César Bertucci, pesquisador do Instituto de Astronomia e Física Espacial da Argentina (IAFE). É curioso que o fenômeno ocorreu a dias do apogeu da chuva de meteoros Delta Aquarídeas e a duas semanas de outra mais importante, chamada Perseidas. Isto nos faz pensar que se trate de fragmentos de cometas e não de lixo espacial”, acrescentou. Para César Bertucci, estes fenômenos, apesar de raros, costumam acontecer com maior freqüência em períodos onde há chuvas de meteoros. “Em sua maioria, os meteoritos associados às chuvas de meteoros são objetos de não mais do que alguns centímetros de diâmetro, se desintegram antes de chegar ao solo. Mas alguns fragmentos poderiam chegar à superfície, se tivessem um tamanho maior. É difícil saber se, neste caso, o objeto efetivamente chegou à superfície sem se desintegrar”, acrescentou.
Se o objeto tivesse caído em terra (porém, o último registro de avistamento se deu na direção do Oceano Atlântico) e se fosse localizado para análise, seria possível confirmar o que de fato ocorreu na noite do dia 30 de julho. Tanto na hipótese do earthgrazer ou do cometa, dependendo da massa dos objetos, o cenário poderia não ser nada agradável na região da queda. Felizmente o que ficou do evento, foi belíssimas imagens registradas em fotografias ou vídeos que estão disponíveis na internet para deleite seguro. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário