No dia 30 de julho de 2015, às 21h05 uma bola
de fogo de coloração esverdeada cruzou o céu do município do Rio Grande e
adentrou em direção ao Oceano na visão de quem estava na praia do Cassino.
Ampliando a dimensão do raro fenômeno, a bola de fogo também foi visível em
várias cidades do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina, continuando seu
percurso em direção ao Oceano Atlântico. Era véspera da Lua Azul, a segunda lua
cheia ocorrida no mesmo mês, que permitiu um espetáculo visual na noite do dia
31 de julho.
O que de fato foi o fenômeno da bola de fogo?
Poderia ser a reentrada na atmosfera de lixo espacial (restos de satélites etc),
mas não havia previsão para esta data e horário. Disco voador projetando
intensa luz verde também não será levado em consideração! Algumas hipóteses científicas
foram levantadas por astrônomos e especialistas.
Uma possível explicação foi proposta pelo
site apollo11 que relacionou a ocorrência com uma rocha espacial que cruzou a
órbita da Terra: “Para o especialista em reentradas atmosféricas, Carlos Augusto Di
Pietro, ligado à Rede Brasileira de Observadores de Meteoros, BRAMON, o que se
viu no céu nesta quinta-feira foi provavelmente um "Earthgrazer", um asteróide
que raspa quase que horizontalmente a atmosfera da Terra e segue seu rumo em
torno do Sol. ‘Eu estou considerando este bólido como um espetacular
Earthgrazer", disse Di Pietro. "Acho que esse é ainda mais belo que o
grande fireball de 1972, até agora maior clássico dos earthgrazers, se
referindo a um grande meteoróide que em 10 de agosto de 1972 passou a apenas 57
km da Terra e pode ser observado durante o dia em várias cidades dos EUA e
Canadá”. Enquanto os asteróides (a maioria passa a milhões de quilômetros de
distância) podem passar a centenas de quilômetros de altitude ou excepcionalmente
se chocar com a Terra, um Earthgrazer passa muito perto ou penetra a atmosfera
por um curto período de tempo, mas seguem sua orbita ao redor do Sol. “Quando
um Earthgrazer penetra a atmosfera, aquece até a incandescência, dando início
ao processo de ruptura parcial que pode produzir alguns fragmentos que atingem
a superfície na forma de meteoritos”.
Para o site da BBC outras hipóteses são lançadas: “Provavelmente é um fragmento de cometa de
tamanho maior do que o normal, que se incendiou durante sua descida pela
atmosfera da Terra”, disse à BBC César Bertucci, pesquisador do Instituto de
Astronomia e Física Espacial da Argentina (IAFE). É curioso que o fenômeno
ocorreu a dias do apogeu da chuva de meteoros Delta Aquarídeas e a duas semanas
de outra mais importante, chamada Perseidas. Isto nos faz pensar que se trate
de fragmentos de cometas e não de lixo espacial”, acrescentou. Para César
Bertucci, estes fenômenos, apesar de raros, costumam acontecer com maior freqüência
em períodos onde há chuvas de meteoros. “Em sua maioria, os meteoritos
associados às chuvas de meteoros são objetos de não mais do que alguns
centímetros de diâmetro, se desintegram antes de chegar ao solo. Mas alguns
fragmentos poderiam chegar à superfície, se tivessem um tamanho maior. É
difícil saber se, neste caso, o objeto efetivamente chegou à superfície sem se
desintegrar”, acrescentou.
Se o objeto
tivesse caído em terra (porém, o último registro de avistamento se deu na
direção do Oceano Atlântico) e se fosse localizado para análise, seria possível
confirmar o que de fato ocorreu na noite do dia 30 de julho. Tanto na hipótese
do earthgrazer ou do cometa,
dependendo da massa dos objetos, o cenário poderia não ser nada agradável na
região da queda. Felizmente o que ficou do evento, foi belíssimas imagens
registradas em fotografias ou vídeos que estão disponíveis na internet para
deleite seguro.
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