BOURBON STREET - HQ

Bourbon Street: os fantasmas de Cornelius. Porto Alegre: 8Inverso, capa dura, 28,4 x 21,2cm color, p. 56, 2012. Roteiro: Philippe Charlot; Arte: Alexis Chabert; Sébastien Bouet. 

Resenha da Editora:

"A lendária Bourbon Street, em Nova Orleans, hoje tem seu espaço dividido entre as chamadas casas de entretenimento masculino e os clubes musicais. Alvin é um veterano guitarrista que ainda sonha em fazer sucesso com o som do velho jazz. Ele convoca os amigos Darell e Oscar para cuidar da sessão rítmica, mas ainda falta o som de um trompete para que a mágica seja feita. Para tanto ele quer achar Cornelius, que sumiu há 50 anos. Quem fornece as pistas para o enigma é nada menos do que Louis Armstrong, cujo fantasma ainda paira sobre Nova Orleans. O traço realista de Chabert e o roteiro doce/amargo de Charlot retratam todo o charme e contradições da cidade".

Publicado na França em 2011, já em 2012 a 8Inverso de Porto Alegre nos brindou com a publicação desta HQ que é o volume 1 de 2. Conforme os autores:

"Ambos músicos, nós tínhamos o projeto de mergulhar o leitor no coração do Jazz: o ponto de vista realista, a atenção ao mínimo detalhe dos instrumentos e dos dedos, o tratamento do narrador das cenas musicais que nos levam a improváveis onomatopeias habituais, eis os ingredientes de nossa partitura comum, uma musiquinha doce-amarga que assombra esta história" (Philippe e Alexis). 

Abordar o Jazz em New Orleans e com a presença pós-mortem de Louis Armstrong foi muito criativo. A reunião de músicos aposentados e com restrita perspectiva de vida os remete a busca de satisfação existencial através da música. Querem reviver o swing que o jazz legou em suas vidas. O fluxo textual se estabelece sem sobressaltos e a arte recorre a tons harmoniosos que trabalham com o equilíbrio. 

Temática do preconceito e racismo estão presentes. Uma sonolência dos lugares sociais da marginalização está banalizada nas práticas cotidianas. 

E o jazz é a linguagem sublime que remete a beleza frente a  fealdade. A sonoridade que desliga o tempo presente e liberta o espírito enclausurado na mediocridade. O tempo curto da melodia pode até valer a passagem muito mais longa do restante da vida...