Porto do Rio Grande em 1908

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

MARIA E O TINTEIRO

A página de humor do Bisturi já prenuncia o que faria às pessoas rirem na década de 1890. 

É um humorismo mais direto, tosco, sem travas no politicamente correto e muitas vezes sem graça. Talvez pelo distanciamento histórico e cultural, não faça sentido eu afirmar "sem graça", afinal, quase 130 anos é um longo tempo e os humores e as rabugices se modificam (às vezes para ainda pior...). 

Num momento em que o chicote de Loyola bate continuamente em nossas costas para evitar risos frívolos eu vou confessar: não resisti e ri da rima de "a um nariz" pelo total despojamento. E humor é despojamento da racionalidade que freia a necessidade do nada se juntar com coisa alguma... 

A "Maria" e o tinteiro é lusitanidade na veia. Já o "cemitério da aldeia" é a morbidez e a jocosidade de mãos dadas. 

Em síntese, espero que vocês também gostem. Por mais sem graça que seja...  


Bisturi, 7 de julho de 1892. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

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