História e Historiografia do RS

domingo, 10 de maio de 2020

CHAFARIZES E ESPANTALHOS

Bisturi, 01-06-1890. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 
       No Bisturi do dia 1 de junho de 1890 é feito uma analogia entre os chafarizes de Rio Grande com os jornais de Porto Alegre. A referência é que havia uma sistemática repressão contra a imprensa porto-alegrense ao fazer qualquer crítica a administração republicana estadual. Nesta direção ela estava ficando seca de crítica. 

       Mas e os chafarizes em Rio Grande? Constatamos que os quatro chafarizes que foram instalados entre 1874-1878 estavam abandonados e sem água potável em 1890, daí o "seco". 

    O jornal se refere aos chafarizes francesas como "espantalhos inúteis que nos impingiu o cidadão engenheiro João Frick, ratão do muito espírito e de melhor cálculo". João Frick era empresário e diretor da Companhia Hidráulica Rio-Grandense responsável pela distribuição de água e instalação dos chafarizes. Ele esteve envolvido em muitas polêmicas relacionadas ao fornecimento de água e os pesados custos financeiros para a população. 

     A raiva do articulista se estendeu inclusive para os chafarizes, que de fato, são obras de arte e assim eram consideradas no século XIX. Por mais indignado, chamar os chafarizes de espantalho... 

     Em tempo: viva João Frick que legou a Rio Grande 4 chafarizes franceses (3 chegaram ao presente), a Vênus ao Banho (arte em ferro francesa) e o Reservatório da Hidráulica (escocês).      

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