Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 17 de março de 2020

ALERTA: CORONAVÍRUS!

Acervo: https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2020/02/20200203_coronavirus_1130px.jpg
       O filme de ficção está se tornando realidade! A pandemia está cada vez mais próxima e o vírus já pode (ou deve) estar difusamente circulando entre nós, em Rio Grande! 
      Já pesquisei muito sobre epidemias e as leituras trouxeram a certeza de que não era nada bom estar vivendo naqueles espaço-tempo no passado. Seja a epidemia de cólera (1855) ou a gripe espanhola (1918)! A vantagem é que não precisava entrar numa máquina do tempo para me deslocar para o futuro ou passado para fugir da peste: eu era apenas o historiador que revirava fontes e desvelava o horror - mantinha a distância segura do objeto... 
          Mas agora é diferente pois a história da epidemia está no tempo presente e o que está acontecendo será fonte para um historiador no futuro escrever sobre este tenso espaço-tempo de 2020. 
       O pior é que o processo pandêmico apenas está se esboçando e as cores da tinta na moldura não conseguem ainda formar uma imagem decifrável: será "O Sono da Razão produz Monstros" de Goya, "O Grito" de Edvard Munch ou brotará "Os Girassóis" de Van Gogh?  Que vontade que formasse a pintura de Claude Mounet "A Praia de Pourville"... 

       Não ha motivo para pânico mas sim para extremo alerta! 

         Tenho contabilizado cerca de 200-300 acesos diários neste blog e gostaria de unir forças com os leitores e com os acadêmicos que sei que acessam estes conteúdos voltados aos processos históricos. Apenas conseguimos iniciar a primeira semana de aula e já estamos dando este tempo nas atividades. O congelamento do tempo é essencial e indispensável neste momento. Congelamento das atividades para reflexão e cuidados. A luta é não ser contaminado por este coronavírus e para isto é buscar as informações de como evitá-lo e colocar em prática a teoria! Buscar sites com informações confiáveis é essencial neste momento.
        A luta é ser mais um a não ser contaminado e desta forma não transmitir a doença alimentando a cadeia da difusão e da letalidade.
      Há algumas semanas atrás se poderia até dizer que estou exagerando ou delirando, mas as informações internacionais direcionam para um cenário de alerta redobrado. 
      A Itália é um paradigma do que não se deve fazer: desprezar o perigo potencial e continuar com os hábitos gregários como se nada estivesse acontecendo. Infelizmente, vejo no Brasil uma Itália elevada ao quadrado nesta parte da irreverência, informalidade e hábitos agregadores no lúdico coletivo. A experiência internacional tem demonstrado que os governos europeus e asiáticos estão muito preocupados com a disseminação do vírus e de suas possíveis mutações. As fronteiras estão sendo fechadas e quarentenas estão sendo propostas ou efetivadas.  Ou seja, o assunto é muito sério.
     A discussão dos perigos de um vírus foi travada exaustivamente em 2009 quando da Gripe A (novo H1N1). Pandemia foi declarada e a virulência era alta mas a letalidade foi próxima a decorrente de influenzas. O impacto da pandemia na economia foi passageiro em nada comparável a devastação nos investimentos e nas atividades produtivas que está ocorrendo com o coronavírus.     
       Quero enfatizar que a "vigilância" é essencial, pois, a dimensão do flagelo ainda não está clara no Brasil mas os seus estragos econômicos mundiais são absurdos. Crise econômica e desorganização administrativa/institucional pode matar mais do que microorganismos patogênicos.    
         Precisamos levar muito a sério o que está acontecendo e não pensar que ainda é uma realidade distante. 
O Brasil é gigantesco, com milhões de pessoas vulneráveis socioeconomicamente, multifacetado culturalmente e com hábitos de difícil readaptação. Esta pandemia se converte num grande desafio para desenvolver a aprendizagem da sobrevivência em condições inóspitas de isolamento. Outras formas do exercício da brasilidade está sendo exigido. A rapidez de nossa resposta é essencial e representará o nível de gravidade a ser enfrentado nas próximas semanas. 
       Vamos enfrentar com seriedade este monstro invisível e nos mantermos unidos na luz da razão e da sensibilidade. Estas duas ferramentas serão essenciais para sobrevivermos e ao mesmo tempo para iluminarmos o caminho de tantas pessoas que poderão precisar de nossos conhecimentos e de nossa ajuda.  

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