Porto do Rio Grande em 1908

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sábado, 9 de novembro de 2019

RUA DUQUE DE CAXIAS

Cartão-postal da Livraria Americana mostrando a rua Duque de Caxias por volta de 1920. Ao fundo, à direita, a Igreja do Bomfim. Acervo: Autor. 


O histórico da atual rua Duque de Caxias remete ao tempo em que na esquina desta rua com a Marechal Floriano havia um sobrado que era propriedade e residência do Comendador Domingos Vieira de Castro. Das atuais ruas Marechal Floriano à Bacelar, corria o Beco do Comendador Vieira ou Beco do Castro, que era fechado na rua Direita (Bacelar) pelas casas do lado sul dessa rua e que se estendiam até o centro da hoje Duque de Caxias.
Antenor Monteiro informa que o Beco do Castro se circunscrevia do sobrado à esquina da rua, hoje Marechal Floriano, do princípio dos canteiros que hoje estão à sua frente, sendo edificado todo o terreno do resto da atual rua Duque de Caxias até o fundo dos atuais prédios da face oeste, onde passava o Beco do Correio ou Beco do Freitas, que fazia a continuação da rua do Castro, depois rua Marquês de Caxias, que vinha do Sul. Os portões de ferro que se veem na Bacelar, no fundo da casa de esquina e na rua Marechal Floriano, junto ao prédio da antiga  estação dos bonds marcam a existência desse Beco que desapareceu quando Intendente Municipal o Dr. Trajano Lopes (na década de 1910).
Em 6 de março de 1822, a Câmara Municipal assina nova Portaria “para serem notificados os vizinhos do beco denominado do Domingos Vieira”, para se acharem, “no dia de amanhã, às 4 horas da tarde, para se proceder à abertura de uma nova rua que dê serventia para o Pântano (ao Sul) e comodidade ao Paço que ali se pretende abrir”.
Na planta da cidade de 1829 está delineada a rua além da Paissandu, através dos “terreno devolutos e despovoados que se acham em termos de ser edificados”. Não tem nome, mas o General Soares Andréa, na Planta da cidade, que fez em 1835, a denominou Rua do Castro. Em outubro de 1841, ainda se falava na projetada rua do Castro.
Em janeiro de 1861, a Câmara mandou desapropriar a casa de Dona Maria Joaquina Correa Lopes, na rua Direita (Bacelar), “...para ser feita a abertura da rua do Castro”. Nesse mesmo ano, a 30 de março, é que foi “...franqueado o trânsito até a Praça Municipal, com a abertura da Rua do Fogo à Direita.
Informava o Relatório da Câmara de 7 de janeiro de 1862: “Ainda que em uma direção provisória, com a ajuda de alguns interessados, abriu-se a rua do Castro, desde a do Fogo até encontrar na Direita um Beco que dá saída a rua da Praia e Praça Municipal”. É o Beco do Correio. Nesse trecho, à esquina da rua 20 de Fevereiro (Luiz Loréa), ficava o Rinhadeiro, bom edifício que avançava até quase o centro da então Marquês de Caxias. Para o Sul era fechada pelo muro do desaparecido cemitério do Bomfim, nas imediações da hoje rua Vice-Almirante Abreu, o qual foi demolido em 1882.
A Câmara, em 25 de fevereiro de 1869, dá a denominação de Marquês de Caxias a essa rua. O Diário do Rio Grande de 2 de maio de 1869, noticiava que a Câmara havia alterado o nome da rua para Duque de Caxias. Em abril de 1871, o Diário anunciou um leilão que ocorreria nesta rua. A homenagem com o nome desta rua foi dirigida a Luiz Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro que, foi Barão, Conde, Marquês e em 1869, elevado a Duque. Participou ativamente na vida militar brasileira do século 19, tendo também, relevante atuação no cenário político durante o governo monárquico de D. Pedro II. Faleceu em 1880.

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