Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

domingo, 24 de novembro de 2019

RIO GRANDE NOS PRIMÓRDIOS DO SÉCULO XX –MORTALIDADE

Leal Santos. Operários chegando na fábrica. Década de 1910. Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande. 

       O número de falecimentos em 1917 foi de 1.389 pessoas contra 1.218 falecimentos em 1916. O ano de 1918 irá registrar o mais assombroso obituário registrado desde o início do povoamento da cidade: 1.869 mortes. A versão oficial dos acontecimentos do ano de 1918 afirma que “com o diagnóstico preciso de gripe ocorreram 424 óbitos e sem declaração de causa mortis 235. Se considerarmos que em 1917 os óbitos sem esta declaração foram em número de 62, devemos acreditar que pelo menos 50% desses falecimentos sem declaração de moléstia foram causados pela pandemia de gripe, o que dará para este mal um total de 541 óbitos”.[1] 
         Em 1918 ocorreram 20 óbitos por febre tifoide, 216 por tuberculose, 330 por moléstias do aparelho digestivo, 105 relacionadas ao aparelho respiratório, 100 devido ao aparelho circulatório, 103 do sistema nervoso e 102 afecções da infância, entre outras causas. Dos falecidos 1.013 eram do sexo masculino e 856 do feminino; 835 eram menores de 15 anos; 1.680 eram brasileiros, 189 estrangeiros; 1.339 eram de cor branca, 269 de cor mista e 201 pretos; 1.269 eram solteiros, 375 casados, 194 viúvos e 31 de estado civil ignorado. A maioria dos óbitos ocorreu em domicílio (1.524) e em relação aos 345 ocorridos em hospitais, casas de saúde e asilos. O coeficiente diário da mortalidade foi de 5,12 e de natalidade foi de 3,18 com o nascimento de 567 meninos e 575 meninas. Com o aumento populacional e as precárias condições de vida de representativa parcela da população, os problemas sociais se fazem sentir nos altos níveis de mortalidade. 

[1] Relatório do capitão Dr. Alfredo Soares Nascimento. Rio Grande: Oficinas do Rio Grande, 1919 (referente ao período de 1 de julho de 1918 a 30 de junho de 1919).

Nenhum comentário:

Postar um comentário