A aquarela de
Hermann Wendroth retrata o trabalho no Porto no ano de 1852. A mão-de-obra
predominante era do escravo negro. Cerca de 25% da população da cidade era
constituída por escravos trazidos ao Rio Grande para atividades no porto ou
como escravos urbanos domésticos ou de ganho. O fluxo financeiro e a
necessidade de mão-de-obra impulsionavam esta presença que se prolongou até os
últimos anos que antecederam a abolição da escravatura em 1888. Os escravos
também atuavam embarcados. O trabalho manual de homens livres era considerado
de forma depreciativa pela elite escravista brasileira. Formas de resistência à
escravidão podem ser acompanhadas em jornais do século XIX que tratam de
suicídios, fugas e assassinatos de seus senhores. Este é mais um dos
componentes do medo da época: a ruptura da ordem social com o ato de sangue do
escravo contra o senhor.
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