História e Historiografia do RS

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

CARTOGRAFIA NO SÉCULO XVIII – FRANCISCO JOÃO ROSCIO

Francisco João Roscio. Carta Hidrográfica de 1778. Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 

     João Francisco Roscio nasceu na Ilha da Madeira, em 1733. Era engenheiro militar e geógrafo, chegando ao Brasil em 1767. Atuou como cartógrafo na capital, traçando um mapa do Rio de Janeiro, em 1769, com uma série de muralhas, que nunca chegaram a ser construídas, também foi o responsável pelo projeto da Igreja da Candelária.

     Em 1777, Portugal e Espanha assinaram um novo tratado, que determinava uma revisão na demarcação dos limites entre os dois Impérios. Para isso foram designadas expedições demarcatórias, formadas por engenheiros, cartógrafos e militares de ambos os países. O supervisor geral do lado português foi o Vice-Rei, D. Luís de Vasconcellos, que escolheu como chefe da missão, o Governador da Capitania de São Pedro, o Brig. Sebastião Xavier da Veiga Cabral. A este estava subordinada a primeira divisão, que era chefiada pelo Cel. Francisco João Roscio e da qual faziam parte o engenheiro Dr. José de Saldanha e o ajudante Alexandre Elói Portelli.

     Ao terminar a expedição, Roscio retornou a Portugal, e ali completou a sua obra Compêndio Noticioso do Rio Grande de São Pedro, na qual relata os hábitos da população, os meios de transporte e a economia regional. O trabalho, além do texto, possui três mapas, representando uma descrição corográfica do continente, para ser utilizada com fins militares.

     Roscio ainda deixou os se­guintes trabalhos relacionados com o Rio Grande:
·         Mapas Particulares Extraídos da Carta da Capital do Rio Grande S. Pedro e suas Circunvizinhanças, até o Rio da Prata. Rio de Janeiro, 1783.
·         Plano Corográfico Individual do Rio Grand ede S. Pedro (no qual se mostram as linhas de di­visão estabelecidas nos anos de 1784, 1785 e 1786).
·         Compêndio Noticioso do Continente do Rio Grande de S. Pedro até o Distrito do Governo de Santa Catarina.
     Retornou ao Brasil e entre 1801 e 1803, ocupou o cargo de Governador interino da Capitania de São Pedro. Faleceu em Porto Alegre, em 1805.

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