História e Historiografia do RS

domingo, 24 de novembro de 2019

RIO GRANDE NOS PRIMÓRDIOS DO SÉCULO XX – TRABALHO FEMININO


Leal Santos. Operárias confeccionando caixas de biscoitos. Década de 1910. Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande.  

        
         Para um período tão recuado no tempo em que o espaço da rua no Brasil ainda é majoritário para os homens, em Rio Grande -enquanto cidade em expansão industrial-, constata-se uma significativa presença do gênero feminino na classe operária. A indústria de tecelagem é o grande fator desta significativa participação. Os dados para o ano de 1919 trazem os seguintes indicadores: na Companhia União Fabril havia 1.024 operários sendo 370 homens e 71 meninos (idade entre 12 a 70 anos) e 444 mulheres e 139 meninas com idade entre 12 a 60 anos; Fábrica de Tecelagem Ítalo-Brasileira com 600 operários sendo 150 homens (entre 20 a 50 anos) e 450 mulheres entre 15 a 40 anos (salários diários em média dos homens 6$500 e das mulheres 5$000); Companhia Swift do Brasil com 944 operários sendo 896 homens (27 anos em média) e 48 mulheres (22 anos em média); Leal Santos & C. havia 300 operários sendo 200 homens (de 20 a 40 anos) e 100 mulheres (de 18 a 30 anos) com salários diários médios para homens de 6$000 e para mulheres 1$400; Companhia de Charutos Poock empregando 200 operários sendo 60 homens e 140 mulheres com salários diários entre 3$000 e 15$000; Llopart & C. empregando 120 operários sendo 65 homens (entre 12 a 50 anos) e 55 mulheres (entre 12 a 50 anos). 

      Os dados esclarecem a representativa presença feminina no operariado local, o salário inferior aos homens por elas recebido e também a presença sistemática de meninos e meninas a partir dos 12 anos de idade nas atividades industriais.

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