História e Historiografia do RS

terça-feira, 19 de novembro de 2019

RIO GRANDE EM 1872

Acervo: reproduzido por Amílcar Fontana em 1912.  

       Esta planta urbana do ano de 1872 identifica a cidade dentro de seus muros de defesa. Estas "trincheiras" era uma defesa militar contra uma possível invasão pela fronteira com o Uruguai. Na década de 1820, no contexto da ocupação militar portuguesa (ainda com D. João VI) e já no período do Primeiro Império Brasileiro com D. Pedro I, a ocupação da Banda Oriental do Uruguai gerou conflitos que levaram a independência do Uruguai em 1828. 
        Silva Paes ao ocupar Rio Grande, mandou executar uma linha de fortificação que impedisse o acesso ao núcleo urbano do Porto (atual centro da cidade). Foi o Forte de Sant'ana na parte mais estreita entre a Lagoa dos Patos e o Saco da Mangueira. A ideia era impedir uma invasão espanhola e a proteção aos moradores. A fortificação foi abandonada na década de 1750 e os espanhóis invadiram a Vila do Rio Grande, sem encontrar resistência, no ano de 1763. 
         Esta história do medo em ser invadido, desta feita por caudilhos uruguaios, persistia na década de 1820 e seguintes. Inclusive, durante a Guerra do Paraguai, as trincheiras foram restauradas e melhoradas para suportar uma tentativa de invasão de caudilhos pró-Solano Lopes. 
        O fato é que a cidade foi se desenvolvendo dentro de muros de proteção e o que estava fora - atualmente na altura do Canalete da Major Carlos Pinto - era tido como a "cidade extra-muros". 
          Em 1880 as trincheiras são demolidas e a cidade pode crescer com a ocupação da "Cidade Nova". 
         Nesta planta de 1872, já se identifica o esgotamento do espaço de ocupação da "Cidade Antiga" e já está identificado o Cemitério católico e o protestante, o reservatório da Hidráulica (loca do antigo Forte de Sant'Ana) e um matadouro. 

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