História e Historiografia do RS

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

PRIMÓRDIOS DO CALÇAMENTO

Planta identificando a área urbana da cidade que ainda vivia dentro dos muros das trincheiras que passava nas imediações do atual Canalete da Major Carlos Pinto. Para além, na atual Cidade Nova havia cômoros de areia e alagadiços com exceção para um matadouro, o reservatório da Hidráulica (instalado apenas em 1876) e o Cemitério (Católico e Protestante).
 Acervo: Amílcar Fontana. Biblioteca Rio-Grandense. 
Os calçamentos tiveram início no entorno da Praça Sete de Setembro que era chamada de Praça do Poço. É a área vazada no centro da imagem. 


O esforço da Câmara para aplicar recursos públicos nas obras de calçamento das ruas da cidade foi reconhecido no relatório de 1862. “Em virtude das ordens repetidamente expedidas, das providências tomadas, nota-se já nas ruas mais limpeza. A rua da Boa Vista (Riachuelo), por exemplo, onde se via efetivamente embaraçado o trânsito público com depósito de madeiras, embarque e desembarque de cavalos etc, já se acha em mais livre e satisfatórias condições. Não sendo possível cuidar-se do calçamento de todas as ruas (...) e com a prontidão que convinha pela falta de fundos para melhoramentos tão despendidos é fora de dúvida que nas circunstâncias desta municipalidade, não se tem feito pouco em um ano apenas de exercício. As ruas do extinto Arsenal (Ewbank) e do Carmo (Benjamin Constant), desde a da Praça (Sete de Setembro) e da Boa Vista, pode-se dizer que estão calçadas; em diversas outras em algumas das quais as água pluviais impediam o trânsito, tem feito largos cordões de pedra e aterros conforme se tem podido com as preferências reguladas pelas mais ou menos urgentes necessidades. Ainda que em uma direção provisória, com a ajuda de alguns interessados, abriu-se a rua do Castro, desde a do Fogo (Luiz Loréa)  até encontrar, na rua Direita (Bacelar), um beco que da saída para a Praia e praça Municipal. Diversas desapropriações de terrenos acham pendentes para outros melhoramentos idênticos, os quais não é possível levá-los todos a efeito, com a mesma rapidez, razão da falta de meios para as indenizações, eles se irão realizado com a brevidade que for compatível com as circunstâncias e desejos que anima a Câmara. Era sensível a falta de pessoa habilitada para dar o alinhamento da planta adotada, aos prédios que iam edificando; este inconveniente, porém está removido desde que a Câmara, competentemente autorizada, encarregou ao capitão Nabor Delfim Correia não só esse serviço como os mais de engenharia e agrimensura de que ela necessite”.[1]
Portanto, as primeiras obras de calçamento das ruas da cidade do Rio Grande foram realizadas entre 1857 e 1862, porém, contemplando poucas ruas com pavimentação.
[1] Relatório da Câmara Municipal da cidade do Rio Grande em sessão de 7 de janeiro de 1862.

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