História e Historiografia do RS

quinta-feira, 13 de julho de 2017

VOZ DO BRASIL: 80 ANOS

No dia 22 de julho de 1935 foi pela primeira vez ao ar o programa radiofônico idealizado por Armando Campos em 1934. Na época o rádio era o veículo de informação por excelência num país de dimensões continentais e de grande diversidade cultural. O nome inicial era Programa Nacional e em 1938, passou a se chamar Hora do Brasil. A transmissão, entre 19h e 20h, era obrigatória (desde 1939) para as emissoras brasileiras, divulgando ao vivo discursos do presidente Getúlio Vargas, realizações do governo e notícias políticas de interesse governamental. A partir de 1939, o programa foi controlado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) que era responsável pela informação e pela censura dos meios de comunicação durante a ditadura do Estado Novo (1937-45). Num período de brasilidade e patriotismo estadonovista o programa estava voltado à informação cívica, exaltação das virtudes nacionais e difusão da cultura brasileira. Música popular brasileira, arte popular, discursos educativos/voltados aos trabalhadores e divulgação turística de regiões brasileiras era presença obrigatória no programa.
Em 1962, o programa foi renomeado para A Voz do Brasil, denominação que permanece até o presente e passou a incluir notícias do Poder Legislativo. Atualmente, notícias do executivo ocupam metade do programa. Os outros 30 minutos divulgam a atuação do legislativo e do judiciário. A obrigatoriedade de ir ao ar se mantém de segunda a sexta-feira.
Oitenta anos se passaram desde o surgimento deste que é hoje o programa mais antigo em atuação no rádio brasileiro e que forma uma cadeia nacional de radiodifusão. Discussões tem sido travadas em relação a flexibilização do horário em que vai ao ar ou até da pertinência em se manter um programa com esta proposta.

A abertura ao som de “O Guarani” de Carlos Gomes e a frase inicial “em Brasília 19 horas” marcaram a indústria cultural brasileira. Atualmente “O Guarani” é tocado ao ritmo de forró e bossa-nova e a frase de abertura passou para “sete da noite, em Brasília”. O fato é que a resistência dos meios de comunicação para escaparem da obrigatoriedade tem aumentado nos últimos anos, mas a classe política continua acreditando que o programa é um espaço relevante para a divulgação dos “fazeres do executivo, legislativo e judiciário”.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário