História e Historiografia do RS

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

BALA DE ARTILHARIA KRUPP (1909)

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1912. 
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1912_00024.pdf

Conforme o Diario do Rio Grande do dia 15 de setembro de 1909, na manhã do dia 14, um operário fazia escavações em terrenos próximos a Estação Marítima, portanto, na continuidade do Porto Velho do Rio Grande tendo nas proximidades a Rua Barroso. 

Este operário, Carlos Oliveira, bateu com a picareta numa bala de artilharia Krupp (empresa alemã) que estava enterrada no solo. Ocorreu a explosão e um estilhaço atingiu o rosto de Carlos que ficou muito ferido. 

O que um projétil para canhões Krupp estava fazendo ali? 

O periódico traz uma hipótese plausível para eventos ocorridos 15 anos antes. Em 1894, durante a Revolta da Armada, uma frota naval comandada pelo Almirante Custódio de Mello, posicionou-se nas águas mais profundas em São José do Norte e exigiu a rendição das tropas em Rio Grande. A cidade se converteu numa praça militarizada ocorrendo resistência e o bombardeio da área central a partir dos navios de guerra comandados por Custódio de Mello. 

Linha de canhões das forças legalistas foram instalados no Mercado Público e em outras áreas da cidade. Possivelmente, junto a Estação Marítima, foi edificada uma defesa com artilharia. Outra hipótese é que equipamento militar tenha chegado por trem pela Linha Rio Grande-Bagé com armamento de outras guarnições republicanas. Bagé e Pelotas (com guarnições), contribuíram com tropas e efetivos para a resistência em Rio Grande. 

No meio do caos daqueles dias, um destes projéteis ficou enterrado na areia? Em local em que foram edificadas trincheiras? Sabe-se que a construção de trincheiras de defesa foi um método difundido em vários pontos da cidade. O motivo é que chegou a ocorrer uma tentativa de invasão por terra na altura do Parque. 

Ou seja, há variáveis de investigação que possam levar a explicação histórica deste evento trágico. 

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