História e Historiografia do RS

domingo, 29 de setembro de 2024

BONDES DE PORTO ALEGRE (1910)

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910 publicou as linhas de bondes que serviam Porto Alegre. 

Todos os bondes partiam da Praça Senador Florêncio (Praça da Alfândega) e rumavam para as seguintes linhas: Circular, Duque de Caxias, Partenon, Floresta, Glória, Independência, São João, Navegantes, Menino Deus e Teresópolis.  

BONDES DE PELOTAS (1910)

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf


No ano de 1910, estas são as linhas de bonde atuantes na cidade de Pelotas: Porto, Luz, Parque, Fragata e Estrada de Ferro. 

Informações de horários de circulação dos bondes foram publicadas no Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910. 

BONDES DO RIO GRANDE EM 1910

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910 publicou informações sobre a circulação de bondes na cidade do Rio Grande. 

As palavras cotidianas no ano de 1910 estavam relacionadas, inclusive, com os espaços públicos ligados ao pontos de referência de onde partiam ou circulavam os bondes. Entre estas palavras que significam lugares geográficos estavam: Linha do Parque, Gasômetro, Alfândega, Macega, praça Vasco da Gama, Cemitério, Cadeia, Estação Marítima, Boulevard 14 de Julho, Marechal Floriano, Aquidaban, Matadouro, Costa do Mar etc. 

sábado, 28 de setembro de 2024

RAMAL RIO GRANDE À COSTA DO MAR (1910)

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf

 No Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910 temos uma visão do horário, estações, distâncias da Linha Ferroviária Rio Grande a Bagé. 

Abaixo da tabela observamos o Ramal do Rio Grande à Costa do Mar, o Balneário Cassino/Vila Sequeira

 os veranistas ou moradores do Balneário Cassino que estavam em deslocamento, era possível descer do trem que vinha de Bagé e pegar o trem que ligava Rio Grande até a Costa do Mar. A estação desta conexão era a Junção. Dali seguia para as estações Vieira, Senandes, Bolacha e Vila Sequeira (última estação). O último trecho era uma pequena composição puxada por burros pela Avenida Rio Grande (percurso de 800 metros) até as proximidades do Restaurante dos Dois Bicos, próximo a beira-mar.  

O HINO DA REPÚBLICA RIO-GRANDENSE

 

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1910. 
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1910_00022.pdf

Alfredo Ferreira Rodrigues retoma a polêmica sobre às raízes históricas do Hino da República Rio-Grandense

O historiador reproduz a letra do Capitão Serafim José de Alencastro com música do maestro Joaquim de Mendanha.

 Com base na música de Mendanha, Francisco Pinto da Fontoura teria escrito a letra do atual Hino Rio-Grandense. Há outra versão da letra publicada no jornal farroupilha O Povo em 1839. Para Alfredo Ferreira Rodrigues este seria o Hino oficial dos Farroupilhas. 

Ainda segundo Rodrigues, Francisco de Paula Chaves Campello (que foi Vice-Intendente em Rio Grande), conhecia o hino que era tocado por seu pai o capitão farroupilha Manoel dos Santos Campello. Para Francisco Campello, a música de Mendanha teria sido adaptada de uma valsa de Strauss (o velho) que ele ouviu num teatro da Europa. O capitão Campello teria confirmado que Mendanha adaptou a música a partir de uma valsa.  

Alfredo Ferreira Rodrigues era um rigoroso observador do cotidiano e pesquisador documental. No mínimo levantou hipóteses a serem investigadas: qual foi a valsa de Strauss que foi plagiada? Se realmente foi?

LINHA SANTA MARIA A SANT'ANA (1917)

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul do ano de 1917 destaca a Linha Ferroviária Santa Maria a Sant'Anna

É exatamente o que vocês estão pensando... Sant'Anna é o município de Santana do Livramento na fronteira com Rivera no Uruguai. 

São 10 estações e um entroncamento numa distância de 280 quilômetros. Este entroncamento ficava alguns quilômetros depois de Cacequi e tomava a direção de Rosário do Sul. A última estação antes de Santana do Livramento era Palomas, onde no presente, está funcionando o Trem do Pampa

LINHA FERROVIÁRIA SANTA MARIA A URUGUAIANA

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

A Linha Ferroviária Santa Maria a Uruguaiana (inaugurado em 1907) tinha uma extensão de 374 quilômetros e 23 estações. 

O trem partia de Santa Maria às 8 horas da manhã e chegava a Uruguaiana às 21h10. 

Estes dados foram publicados no Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917. O objetivo deste Almanak era trazer informações essenciais para os passageiros que utilizavam trem, diligência ou embarcações. Além de muitas informações para facilitar o cotidiano, eram publicadas matérias estatísticas, literárias, históricas, charadas, anúncios comerciais, sugestões para práticas agrícolas e pecuárias etc.   

TREM DE SANTA MARIA A PORTO ALEGRE

 

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

No distante ano de 1917, estas são as informações para quem utilizava o serviço de trem entre Santa Maria até Porto Alegre

Eram 31 estações em que o trem fazia paradas. A partida de Santa Maria ocorria às 6 horas da manhã e a chegada em Porto Alegre era às 19h30 da noite. Treze horas e trinta minutos de viagem (se não ocorressem atrasos). Eram tantas voltas que a distância total chegava a 389 quilômetros. 

 Atualmente, por via rodoviária, a distância é de 291 quilômetros e, de automóvel, tem a duração de pouco mais de quatro horas. De ônibus são 4h50 e de avião, 50 minutos de voo. 

ENFORCAMENTOS EM PELOTAS

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

No Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917, João Simões Lopes Netto escreveu uma matéria sobre as execuções por enforcamento na cidade de Pelotas. 

Ele relata alguns casos, com semelhanças a execuções ocorridas em Rio Grande, evidenciando que a forca era uma forma de punição que quase sempre recaia nos escravos. Deixando claro que homens livres brancos também poderiam, e receberam no Brasil, a pena de morte na forca. 

A socialização das execuções, quando os moradores da cidade eram basicamente convocados a assistir ao enforcamento e, ainda levar os seus escravos para o ritual, tinha o papel pedagógico de evidenciar a pena capital recebida pelos infratores das normas sociais. 

A última execução por enforcamento ocorreu em Pilar, Alagoas, em 1876. 

PASSAPORTE DE 1859

https://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=22684364

 Documento emitido pela Polícia do Rio Grande em 24 de novembro de 1859. 

Trata-se um passaporte válido por 60 dias e concedido a um negociante súdito da Itália, Ricardo Viscolli, que estava com destino a Montevidéo. Conforme o passaporte, Ricardo tinha 28 anos, cor clara, 1m62 de altura, cabelo curto, olhos pardos, pouca barba e rosto comprido. 

FRANCISCO CAMPELLO E SILVA PAES

 



Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1917.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf


A repetição da palavra "Considerando" foi para argumentar dos motivos para alterar o nome da Rua Francisco Campello para o nome Rua Brigadeiro Silva Paes em 18 de julho de 1914. 

As justificativas se prendem a que o então Vice-Intendente Municipal Francisco de Paula Chaves Campello, foi homenageado no ano de 1888, sendo dado o seu nome a rua Francisco Campello. Ele argumenta, coerentemente, que as ruas deveriam ser denominadas com o nome de pessoas já falecidas e não com os vivos que não completaram o seu ciclo de ação, podendo a sociedade desmerecer a sua trajetória antes do seu passamento. Ou seja, isto impediria pressões políticas em vida por parte do interessado em ter o seu nome perpetuado em espaço público. 

Este Ato da Intendência do Rio Grande passou a denominar aquele logradouro de Brigadeiro Silva Paes. Porém, em 1937, nos festejos do Bicentenário de Fundação do Rio Grande, ocorreu outra alteração: a Rua Brigadeiro Silva Paes mudou para o local atual e passou a se chamar Avenida Silva Paes. E a rua voltou a se chamar Francisco Campello, que falecera dez anos antes, em 1927. E o nome permanece até o presente. 

Em tempo: acabei de ver uma fotografia vendida num leilão que encerrou a pouco. É um precioso registro de Francisco de Paula Chaves Campello (Pelotas, 1848 - Rio de Janeiro, 1927) realizado pelo fotógrafo espanhol Juan Gutierrez de Padilla (1860-1897). A Companhia Photographica Brazileira foi criada em 29 de setembro de 1890. Em 1 de janeiro de 1892 esta Companhia se estabeleceu no endereço Rua Gonçalves Dias n.40 e em 17 de junho a Companhia foi dissolvida. Como a fotografia de Francisco Campello tem em seu verso este endereço e o logo desta Companhia, a hipotética datação é de que Campello esteve no Rio de Janeiro entre janeiro e junho de 1892, quando realizou a fotografia. Com direito a assinatura e a provável idade de 44 anos. 

Esta tentativa de datação não seria possível sem os dados levantados pela Biblioteca Nacional no endereço https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=5398. 

https://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=21798873

https://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=21798873


sexta-feira, 27 de setembro de 2024

NAVEGAÇÃO ENTRE PORTO ALEGRE A ESTRELA

 

https://memoria.bn.gov.br

Annuario da Província do Rio Grande do Sul para o ano de 1885. 

Navegação entre Porto Alegre e Santo Antonio da Estrella era realizada pelo vapor O Guarany

Antes das estradas de rodagem, a navegação fluvial era essencial para o deslocamento de passageiros e cargas. E Porto Alegre é o epicentro econômico onde se instalaram empresas responsáveis pela circulação da produção colonial. 

O Porto de Estrela fica no Rio Taquari e, em 1885, a atual cidade de Lajeado ainda era um distrito de Estrela, desmembrando-se em 1891. Estas duas cidades ficavam muito próximas e foram muito impactadas na Grande Enchente de 2024

DIVISÃO ECLESIÁSTICA EM 1922

http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf


 Mapa com a Divisão Eclesiástica no ano de 1922 conforme o Anuário Estatístico do Rio Grande do Sul. 

O município do Rio Grande estava inserido no Bispado de Pelotas cuja Diocese foi criada em 15 de agosto de 1910. 

REGIÕES POLICIAIS EM 1922


http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf


http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf


O Anuário Estatístico do Rio Grande do Sul ano de 1922 calcula para o estado uma população de 2.097.500. 

O Rio Grande do Sul estava dividido em três Regiões Policiais: a I Região com sede em Porto Alegre; a II Região com sede em Santa Maria e a III Região com sede em Rio Grande (cor amarela no mapa). 

A relação dos municípios subordinados as respectivas sedes, pode ser observada na tabela acima. 

RIO GRANDE NO SÉCULO XVIII

 

https://play.google.com/books

Esta Chronica Rio-Grandense foi publicada no Annuario do Estado do Rio Grande do Sul para o ano de 1894

Trata do período administrativo dos comandantes militares, governadores e capitães-gerais. 

A primeira data de referência é dia 19 de fevereiro de 1737 com o desembarque do Sargento-Mor e depois Brigadeiro José da Silva Paes e a fundação do presídio de Rio Grande. Silva Paes foi o primeiro administrador a comandar a Comandância Militar do Rio Grande. 

Nesta cronologia também é feita referência aos atos sacramentais na capela que ficava no interior do Forte Jesus-Maria-José. Este foi o primeiro templo religioso da atual cidade. 

CIDADE DE JAGUARÃO (1855)

Anuário Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1922. http://memoria.org.br/pub/meb000000510/anuario1922rs2/anuario1922rs2.pdf

 No dia 23 de novembro de 1855, em plena vigência da epidemia de cólera morbus, a Vila de Jaguarão foi elevada a categoria de Cidade de Jaguarão

Assinou a Lei o Barão de Muritiba no "Palácio do Governo na Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre".  

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ALMANAK LITERÁRIO E ESTATÍSTICO DO RS EM 1917

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf

Capa do Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul do ano de 1917. 

Este é o número 29 de uma publicação anual. Infelizmente, foi o último exemplar a circular. 

Desde o início foi organizado por Alfredo Ferreira Rodrigues e editado pela Livraria Americana, o Almanak deixou um material para pesquisa constituído por mais de dez mil páginas. Já tive oportunidade de folhear todas as páginas desde o número 1 e os temas despertam múltiplos interesses para investigação. 

Nesta edição de 1917, o próprio editor explicita alguns temas trabalhados na obra: 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1917_00029.pdf


ALFREDO FERREIRA RODRIGUES E O IHGB

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1897.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

 Este é um registro relevante para historiografia da cidade do Rio Grande e do Rio Grande do Sul. 

Alfredo Ferreira Rodrigues, natural do Povo Novo em Rio Grande, em reunião do dia 30 de agosto de 1896, se tornou sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, instituição criada em 1838. 

Alfredo Ferreira Rodrigues muito produziu sobre a formação histórica do Rio Grande do Sul e foram citados dois de seus trabalhos: O Presídio do Rio Grande (tratando dos primórdios da ocupação da Barra do Rio Grande por José da Silva Paes) e Os hespanhoes no Rio Grande (a invasão espanhola da Vila do Rio Grande entre 1763-1776). 

O autor, responsável pelo Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul, elaborou muitas biografias e variada produção no campo da história e cultura regional e de temáticas relativas a Revolução Farroupilha. 

BOTICAS E BOTICÁRIOS

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1897.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

 
As propagandas de remédio eram muito apelativas no final do século XIX. Continuaram a ser no século XX... O mercado era disputado avidamente com produtos estrangeiros e nacionais.

 Havia também produção regional e local de medicamentos com manipulação em boticas (local onde era produzido e vendido o medicamento) onde o boticário era responsável por manipular produtos químicos ou vegetais para produzir estes remédios. 

As propagandas buscavam o apelo no depoimento pessoal de algum desenganado que se curou tomando determinado remédio. No caso são as pílulas do Dr. Heinzelmann para curar anemia e fraqueza através do consumo de pílulas ferruginosas. O Dr. Heinzelmann era médico e farmacêutico formado na Universidade de Berlim e Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. O médico atuava a longos anos no Rio Grande do Sul, hipoteticamente desde 1840-1850. 

O depósito geral destas pílulas ficava na Livraria Americana que realizava a comercialização dos vidros nas lojas de Pelotas, Porto Alegre e Rio Grande. 

PRIMEIRA FERROVIA GAÚCHA: 150 ANOS

 

https://www.leiloeszeppelin.com.br/peca.asp?ID=14146636

Uma rara fotografia, neste cartão-postal de 1902, da Estação Ferroviária de São Leopoldo. Este é o prédio original da estação que foi sendo descaracterizado ao longo das décadas. 


A primeira Linha Ferroviária do Rio Grande do Sul foi inaugurada em 14 de abril de 1874 ligando Porto Alegre a São Leopoldo. Chamava-se The Porto Alegre and New Hamburg Brazilian Railway. Em 1876 ocorreu o prolongamento até Novo Hamburgo. As estruturas para construção das estações foram trazidas da Inglaterra. 

No ano de 1897, estas são informações sobre a Estrada de Ferro publicadas no Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul


https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf


ESTRADA DE FERRO SANTA MARIA A CRUZ ALTA

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf


A Estrada de Ferro Santa Maria a Cruz Alta, com 161,5 km de extensão, foi inaugurada em 1894. 

Era constituída pelas estações Santa Maria, Pinhal, Colonia, Taquarembó, Vila Rica, Tupanciretã, Espinilho e Cruz Alta. 

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1897 está divulgando informações sobre os horários dos trens e distância entre as estações. 


quarta-feira, 25 de setembro de 2024

ESTRADA DE FERRO RIO GRANDE A BAGÉ (1897)

 

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1897 traz informações sobre a Estrada de Ferro Rio Grande a Bagé. 

As estações, as distâncias entre as estações, as regras para a utilização do serviço etc. Constata-se que valia a pena ser integrante de uma banda de música, pois tinha 50% de abatimento na passagem e bagagem, se juntasse mais nove músicos para a viagem. 

VIÚVA MARTENSEN & FILHOS (1912)

Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

No Echo do Sul do dia 16 de setembro de 1912 foi publicada esta declaração de sucessão ao "negócio de modas e chapelaria" mantido em Rio Grande na Rua Andradas números 4 e 10. 

Da razão individual de Frederico Martensen foi formada a sociedade comercial Viúva Martensen & Filhos

Um dos sócios, é Willy Bertholdo Martensen que é o pai de Rodolfo Lima Martensen nascido em 1915. Rodolfo se manteve em Rio Grande até 1931 quando se muda para São Paulo. Atuou como radialista e publicitário sendo o fundador e diretor da Escola de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo. É um dos nomes de maior destaque na história da publicidade no Brasil. 

ARTE EM PRATA E EM COURO NO RS (1896)

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1897.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf


Este escrito de Alfredo Ferreira Rodrigues faz uma descrição do trabalho artesanal de prata lavrada e de couro lavrado ou trançado. 

A arte local em prata já estava tendo concorrência estrangeira, porém, ourives do Rio Grande do Sul (Pelotas foi citada) ainda mantinham a produção tradicional. Rodrigues também destaca as obras de arte em couro que ainda eram valorizadas enquanto peças artísticas utilizadas pelos cavaleiros. Em 1896, o cavalo ainda era um meio essencial de deslocamento entre a cidade e seu entorno rural ou entre localidades mais próximas. A montaria e os arreios eram parte essencial da cultura gaúcha. 

FÁBRICA DE MÓVEIS EM 1909

Almanak Laemmert, Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ), 1909. https://memoria.bn.gov.br/docreader/DocReader.aspx?bib=313394&pagfis=40700

 

Quando hoje falamos do glamour dos móveis clássicos ou coloniais em madeira de lei, nos voltamos a estilos de trabalho em madeira que podemos denominar inexatamente de retrô ou vintage.

São peças que atraem pela beleza artística, resistência da madeira maciça e remetem a tempos passados em que o tempo se movia com lentidão perenizando os objetos e não com o descarte material do presente.

No ano de 1909, no Rio de Janeiro, a Fábrica a Vapor de Móveis de Moreira Mesquita, produzia os móveis da fotografia e muitas outras peças. Algumas talvez ainda estejam em residências ou até faça parte do acervo de museus.  

FÁBRICA DE CHAPÉUS PELOTENSE (1897)

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

 
Esta matéria publicada por Alfredo Ferreira Rodrigues no Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1897, destaca o momento industrial de Pelotas no final do século XIX. 

Neste ano de 1897 a "Fabrica de Chapéos Pelotense de C.G. Rheingantz, Cordeiro & Wiener Successor" era a maior indústria da cidade de Pelotas. Foi fundada em 1881 e empregava 220 operários. O seu capital era de 600:000$000. A segunda empresa com maior capital era a "Fabrica a Vapor de Farinhas Pelotense" com 500:000$000 réis. 

Um dos proprietários da "Fabrica de Chapéos" era Carlos Guilherme Rheingantz o proprietário da têxtil União Fabril de Rio Grande. A União Fabril era a empresa com maior capital do Rio Grande do Sul neste ano de 1897: 3.500:000$000 réis. 

Portanto, a maior empresa do Rio Grande do Sul tinha um capital de 3.500 contos de réis. Considerando que 1 conto de réis equivale hoje a R$123.000,00 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Real) isto representaria, aproximadamente (com chance de erro de 99,9%), um capital de R$430 milhões e 500 mil (reais). O valor é tão alto que tem uma forte hipótese de estar incorreto. O objetivo foi apenas chamar a atenção de que 3.500 contos de réis era muito dinheiro em 1897. 

terça-feira, 24 de setembro de 2024

PÓRTICO DO CAIS DE PORTO ALEGRE E A ENCHENTE

https://www.bvcolecionismo.lel.br/peca.asp?ID=6874808&ctd=507

 
https://www.bvcolecionismo.lel.br/peca.asp?ID=6874808&ctd=507

Cartão datado de 16 de fevereiro de 1949 mostrando o Pórtico de acesso ao Cais do Porto na cidade de Porto Alegre

O verso do cartão descreve o cenário do centro da capital com a Praça da Alfândega, o edifício do Correio, o Club do Comércio, a Alfândega e ao fundo a Rua dos Andradas (Rua da Praia). 

A estrutura do pórtico central foi feita na França e inaugurado em 1922. A montagem foi orientada pelo engenheiro francês Henri Hauser consistindo numa estrutura metálica industrializada. Os vidros da fachada foram produzidos em Porto Alegre pela vidraçaria De Lucca.  

No cartão de 1949 já tinha ocorrido, em maio de 1941, a tragédia da Grande Enchente que invadiu o centro de Porto Alegre e outras áreas da capital. 

Foi nos anos 1970 que foi construído o Muro da Mauá buscando proteger a área central de uma invasão das águas do Guaíba. 

A Grande Enchente de 2024 testou e reprovou o sistema de defesa da capital (muro, diques etc), sistema que faltou manutenção, e assistimos as tristes imagens que continuam tão nítidas em nossas mentes. 

O cartão é impactante, pois transmite a visão do Guaíba adentrando o centro urbano. 

LIVRARIA AMERICANA EM PELOTAS

 

Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1897.
https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

A Livraria Americana foi fundada na cidade de Pelotas no ano de 1870. 

Em 1897, ano do lançamento do romance Drácula de Bram Stoker, a Americana tinha oficinas de tipografia, litografia, encadernação, produção de confeti (para o carnaval ou festas), cartonagem, fábrica de livros em branco etc. Empregava 42 operários em Pelotas e tinha filiais em Rio Grande e Porto Alegre. 

Não constou na relação a valiosa produção de cartões-postais que nas suas três casas passaram de um cento de modelos retratando cenários urbanos e rurais. Foram das mais belas emissões de cartões-postais do Brasil. 

Abaixo observamos um cartão-postal da Coleção da Livraria Americana n. 11 editado em Pelotas por volta de 1902-1903. A imagem da esquerda mostra a fachada do prédio da Livraria Americana em Pelotas.  

https://www.bvcolecionismo.lel.br/peca.asp?ID=6874804&ctd=503&tot=&tipo=

ILHA DOS MARINHEIROS (1897)

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

 Ao descrever a produção econômica do Rio Grande do Sul no ano de 1897, o Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul faz referência a Ilha dos Marinheiros

A Ilha dos Marinheiros era um importante centro agrícola constituído por chácaras administradas por agricultores originários da Portugal. Legumes e frutas abasteciam Rio Grande, enquanto legumes e hortaliças eram exportadas (conservas?) para estados do norte. A cebola também era plantada e exportada para outros estados. A cultura dos vinhedos, introduzidos na Ilha na década de 1860, apresentava uma razoável produção. Vejamos alguns dados da produção de vinho: em 1891 foram produzidos 44.964 litros, em 1892 109.376 litros, 1893 120.985 litros e 1894 foram 99.064 litros. 


QUEIMADAS NO RS EM 1897

https://memoria.bn.gov.br/docreader/DocReader.aspx?bib=829447&pagfis=2340

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1897 faz referência a um dos assuntos mais comentados nos nossos dias: as queimadas de vegetação. 

No presente vivemos uma das maiores crises ambientais da história brasileira! Os gigantescos incêndios florestais acabaram projetando -por grande parte do Brasil-, a fumaça que acabou tornando inviável abafar o fogo devastador produzido a milhares de quilômetros de distância. Faço a leitura de um relativo negacionismo na dimensão desta tragédia que vem se repetindo nos últimos meses. 

Entendo que não foi o presente que se criou este hábito nefando da coivara, na América do Sul, pois há registros de 7 mil anos desta prática. Porém, a dimensão da área queimada e seus efeitos poluidores e emissores de CO2 num período em que tanto se discute o manejo racional das florestas e os meios de reduzir a intensificação do aquecimento global, neste contexto, é patético o que está ocorrendo. 

Conforme a Deutsche Welle "o total acumulado de emissões de carbono nos incêndios florestais deste ano no Brasil têm sido maior do que a média registrada para queimadas no país em quase 20 anos, segundo dados do Copernicus, o programa de monitoramento de mudanças climáticas da União Europeia (UE), divulgados nesta segunda-feira (23/09). Essas emissões são impulsionadas, sobretudo, por incêndios registrados nos biomas do Pantanal e da Amazônia. No Brasil, as emissões totais de queimadas acumuladas durante o ano de 2024 superaram a média, chegando a cerca de 183 megatoneladas de carbono até a data de 19 de setembro, de acordo com os dados do Serviço de Monitoramento Atmosférico do Observatório Copernicus (Cams), seguindo uma trajetória similar a registrada em 2007, ano em que essas emissões bateram recorde" (https://www.dw.com/pt-br/amaz%C3%B4nia-e-pantanal-enfrentam-as-piores-queimadas-em-17-anos-indica-copernicus/a-70300421). 

Voltando a matéria do ano de 1897, a qual remete a décadass anteriores de práticas antiecológicas, é realizada uma crítica aos processos bárbaros empregados por alemães e italianos: "na falta de adubo, ou na ignorância de seu emprego, recorrem aos sistema devastador das roças. Escolhem para plantar as terras de mato, por serem nelas mais produtivas as colheitas; cortam as árvores de mais porte e picam todas as pequenas. Alguns dias de sol bastam para secar os ramos derrubados. Depois lançam-lhes fogo e às vezes as queimadas duram dias e dias. É desolador o espetáculo destas longas nuvens de fumaça elevando-se no horizonte de cem pontos diferentes. Em algumas regiões, o mato está desaparecendo, pois o terreno plantado duas ou três vezes, sem renovação dos princípios fertilizantes, esgota-se rapidamente e o plantador vai logo procurar outro". 

No final do século 19, já surge esta crítica contundente a estas práticas de coivara. E isto que a matéria não faz referência a perda de controle sobre a área de queima inicial e a expansão de incêndios incontroláveis com danos a fauna, flora, a propriedade e a saúde humana. 

POPULAÇÃO DO RS EM 1890

https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1897_00009.pdf

A discussão sobre os censos de população são históricos no Brasil. 

O Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para o ano de 1897, questiona os números apresentados para a população Rio-Grandense em levantamento de 1890.

Para o Almanak, os pouco mais de 872 mil habitantes seriam mais de 1 milhão. Teria ocorrido irregularidades no meio urbano onde ruas inteiras não foram recenseadas enquanto no meio rural, muitas áreas não receberam visitas ou se fez um cálculo aproximado de moradores. A população também temia prestar informações por recear novos impostos ou convocações militares não voluntárias.    

ALERTA DA DEFESA CIVIL DO RS

 

https://www.defesacivil.rs.gov.br/defesa-civil-alerta-para-chuva-persistente-com-temporais-pontuais

https://www.defesacivil.rs.gov.br/defesa-civil-alerta-para-chuva-persistente-com-temporais-pontuais

https://www.defesacivil.rs.gov.br/defesa-civil-alerta-para-chuva-persistente-com-temporais-pontuais

Estou reproduzindo os três alertas emitidos pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Dois alertas tem vigência até o dia 26 de setembro. 

O Risco Meteorológico e Hidrológico é real frente a este período de turbulência atmosférica que estamos vivenciando no Rio Grande do Sul. 

Para informações acessar: https://www.defesacivil.rs.gov.br/inicial